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Sem achar nada, acaba 1ª fase de buscas no Araguaia
Governo já gastou R$ 1,1 mi na atual procura por ossadas
SERGIO TORRES
ENVIADO ESPECIAL A BREJO GRANDE (PA)
A primeira etapa das buscas
na região do Araguaia termina
hoje sem a descoberta de nenhuma das ossadas de guerrilheiros desaparecidos na selva
amazônica há quase 40 anos.
Até ontem, o governo já gastara R$ 1,1 milhão com os trabalhos da comissão mista de civis
e militares responsável pelas
buscas. Mais R$ 1 milhão deverá ser gasto até 31 de outubro,
data prevista para o encerramento da procura.
Montada pelo Ministério da
Defesa em obediência à sentença da Justiça Federal em Brasília, que determinou a entrega
das ossadas às famílias, a comissão percorre o Araguaia
(sudeste do Pará e norte do Tocantins) desde julho, inicialmente para levantamento de
áreas. As escavações começaram na terça-feira passada.
A esperança de que seriam
achados restos mortais de alguns dos cerca de 60 guerrilheiros desaparecidos foi minguando ao longo dos dias. Ontem, o
coordenador logístico do GTT
(Grupo de Trabalho Tocantins,
nome oficial da comissão), general Mário Lúcio de Araújo,
disse que sente um pouco de
frustração com o fracasso inicial da expedição.
"Temos ainda esperanças de
encontrar [ossadas]. Não muitas, mas alguma coisa vai aparecer. Não se trata de decepção,
mas de frustração", disse o oficial, referindo-se ao fato de não
terem sido achados restos mortais nas localidades de Tabocão,
Água Fria e na cidade de Marabá (500 km ao sul de Belém).
Um dos representantes do
Ministério da Defesa na comissão, o coordenador de campo
substituto Sávio Andrade disse
não se sentir decepcionado
porque "tinha ciência" de que
haveria dificuldades na descoberta de ossadas. O motivo é a
precariedade das informações
obtidas especialmente com
mateiros que guiavam os militares na caçada a guerrilheiros
do então clandestino PC do B.
A quantia de R$ 1,1 milhão foi
empregada no pagamento de
diárias a civis e militares, aluguel de camionetes e carros,
passagens aéreas, alimentação,
combustível, hospedagem, manutenção de equipamentos e
contratação de firma de serviços gerais (para abertura de valas onde poderiam estar ossadas, por exemplo).
As buscas serão retomadas
na próxima semana e, com interrupções breves, continuarão
até o final de outubro, quando
começam as chuvas na região.
Hoje, a comissão faz sessões internas e prepara relatórios.
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