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Livro traça um panorama da imprensa no Brasil
DA REDAÇÃO
Para comemorar os 30 anos
da ANJ (Associação Nacional
de Jornais), Judith Brito e Ricardo Pedreira -presidente e
diretor-executivo da entidade- lançam hoje o livro "A Força dos Jornais", que traça um
panorama da imprensa no Brasil desde o primeiro mensário
("Correio Braziliense", editado
em Londres) até o presente,
quando ela enfrenta a concorrência de outros meios como a
TV, o rádio e a internet.
No primeiro capítulo, os autores descrevem o surgimento
da imprensa no país, com a chegada da família real em 1808, e a
progressiva substituição dos
pequenos jornais partidários
-que marcaram a era imperial- por empresas sólidas, de
perfil industrial, que viviam de
anúncios e de assinaturas.
A consolidação dos jornais
como veículos da opinião pública durante o período republicano, porém, induziu vários
presidentes a tentarem controlar a imprensa. Floriano Peixoto fechou o "Jornal do Brasil"
em 1893, e depois obrigou seu
diretor editorial, Rui Barbosa, a
ir para o exílio; em 1940, Getúlio Vargas decretou intervenção em "O Estado de S. Paulo".
Os jornais voltaram a sofrer
essas pressões depois do golpe
de 1964. Em 1969, o "Correio da
Manhã" foi extinto, após ter
edições apreendidas e ser invadido pela polícia. A censura tornou-se mais rígida a partir de
1970. Em 1977, apesar da política de distensão política do general Ernesto Geisel, o chefe da
Casa Militar, general Hugo
Abreu, chegou a dizer que a Folha poderia ser fechada se insistisse nas críticas ao regime.
Grupos mais radicais chegaram a queimar e explodir bancas de jornal, numa clara tentativa de intimidar a imprensa.
É nessa conjuntura que Cláudio Chagas Freitas, do jornal "O
Dia", articula a criação da ANJ,
fundada em 17 de agosto de
1979. Já no ano seguinte a entidade barrou a criação de um órgão estatal para controlar os
anúncios. Após a redemocratização do país, em 1985, conseguiu assegurar a inclusão, na
nova Constituição, do princípio
da liberdade de expressão e do
veto a todo tipo de censura.
Nos anos 90, a ANJ coordenou o processo de padronização gráfica dos jornais e conseguiu impedir a aprovação, pelo
Congresso, de uma lei que previa pena de prisão para jornalistas e apreensão de jornais e
revistas -até que em 2009 o
Supremo Tribunal Federal revogou a Lei de Imprensa herdada da ditadura militar.
LIVRO - "A Força dos Jornais"
Judith Brito e Ricardo Pedreira; Associação Nacional de Jornais; 151 págs.
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