São Paulo, terça, 18 de agosto de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

NO AR
Não tem jeito

NELSON DE SÁ
da Reportagem Local

Do Jornal Nacional, no fim-de-semana:
- A TV Globo repele as acusações do candidato Luiz Inácio Lula da Silva. O tempo destinado em nossos telejornais a notícias sobre esta fase da campanha é o adequado. E tem sido dividido com equilíbrio entre os candidatos principais. Além disso, a Globo divulga atos do governo segundo o interesse que esses atos tenham para o povo.
Do Jornal da Record, ontem:
- Fernando Henrique aparece mesmo mais do que Lula, entre reportagens positivas e até críticas, porque é presidente. Vai ser sempre assim, com reeleição. Se o presidente toma uma medida administrativa, cria um fato e a imprensa precisa cobrir o fato, mesmo. E não tem jeito.

As redes anunciavam ontem a estréia do horário eleitoral "gratuito", hoje. Começa no rádio, às 7h e 12h. Depois na TV, às 13h e 20h30.
Pelo que indicavam os publicitários nos dias anteriores, a campanha abre, antes da novela, com muita emoção.
FHC fará uma apresentação entre depoimentos do "povo", devidamente editados para sustentar as ações "sociais" e os efeitos do Plano Real.
No dizer de um marqueteiro, é de tirar lágrimas.
Lula também promete fazer chorar com a sua biografia, que começa no interior de Pernambuco, devidamente narrada por Mário Lago, ator e compositor.
A emoção de hoje não oculta a ameaça da propaganda negativa -a mais usada e eficaz nos EUA, cujas campanhas modelam as brasileiras.
De início, FHC não deve passar dos ataques à inconsistência de Lula etc.
Mas ameaça com "baixaria", "chumbo grosso", expressões de seus marqueteiros. Os comerciais "negativos" já estariam prontos.
Dependem de Lula -que também já ameaça.


E-mail: nelsonsa@uol.com.br



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.