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PARTIDO AO MEIO
PMDB escolhe hoje o nome que deve ser eleito em plenário para suceder Jader na presidência do Senado
Candidatura Calheiros enfrenta resistência
RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), candidato da cúpula
do partido à sucessão de Jader
Barbalho (PMDB-PA) na presidência do Senado, enfrentará
uma disputa interna e restrições
externas, tanto entre setores do
PFL e do PSDB como na oposição, na disputa pelo cargo.
Se for referendado pelo plenário, Calheiros corre o risco de sair
enfraquecido da eleição. A bancada do PMDB se reúne hoje para
escolher o sucessor de Jader. Os
presidentes do PSDB, deputado
José Aníbal (SP), e do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), estão
por trás de articulações para que
Renan seja vetado já na bancada.
José Fogaça (PMDB-RS) e José
Alencar (PMDB-MG) afirmaram
ontem que vão disputar com Renan dentro da bancada, embora
tenham poucas chances de vitória. Os dois mantêm uma linha de
independência em relação ao Palácio do Planalto e não costumam
seguir a orientação partidária.
Confronto com Covas
José Aníbal defende o veto a Renan usando como principal argumento os confrontos que ele teve
com o governador Mário Covas,
morto este ano, enquanto ministro da Justiça do governo Fernando Henrique Cardoso. Renan fez
acusações de irregularidades no
governo de Covas, envolvendo até
o filho do governador, Zuzinha.
Covas propôs no STF (Superior
Tribunal Federal) ação de calúnia
contra o então ministro.
Em setembro de 99, Covas conseguiu suspender a licitação para
confecção de passaportes, levantando suspeitas contra o Ministério da Justiça. Renan, por sua vez,
levantou suspeitas contra o governo Covas, por causa das tentativas do governador de transferir
para os Estados a receita das vistorias dos veículos.
A bancada do PSDB no Senado
se reúne no início da tarde para
discutir o assunto, mas está dividida quanto ao veto a Renan.
No PFL, a rejeição à escolha do
líder do PMDB é ainda maior,
principalmente por causa da ligação de Renan com Jader. Para os
pefelistas, a eleição do líder do
PMDB para a presidência do Senado daria a impressão de que a
Casa quer proteger Jader, que
prometeu renunciar hoje ao cargo
após discursar no plenário.
Na reunião dos presidentes dos
partidos aliados do governo com
FHC, Bornhausen deixou claro
que respeitaria o direito do
PMDB de indicar o presidente do
Senado -por ter a maior bancada na Casa-, desde que o nome
escolhido tivesse afinidade com o
Planalto e autoridade política e
moral para restabelecer a imagem
da Casa.
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