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Itamar anuncia que fica no PMDB
RANIER BRAGON
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
O governador de Minas Gerais,
Itamar Franco (PMDB), anunciou no início da noite de ontem,
por meio de sua assessoria de imprensa, que vai permanecer no
PMDB, recusando assim convite
do PDT para ser candidato à Presidência da República.
O governador se reuniu na manhã de ontem com o presidente
do PMDB em Minas Gerais, deputado federal Saraiva Felipe, e
logo após com seu vice, Newton
Cardoso (PMDB), um dos que
mais defendiam sua permanência
no PMDB. As reuniões serviram
para Itamar confirmar a seus assessores próximos sua decisão.
Pela tarde, o governador fez ligações telefônicas ao líder pedetista Leonel Brizola e ao deputado
federal Vivaldo Barbosa (PDT),
que participou ativamente das negociações para levar Itamar para o
PDT, confirmando a recusa do
convite aos pedetistas. O governador de Minas enviou ainda uma
carta a Brizola expondo os motivos da recusa.
Vivaldo disse à Agência Folha,
momentos após receber o telefonema do ex-presidente, que "as
coisas" não teriam andado
"bem". "O Itamar nos comunicou
que desistiu [de ir para o PDT].
Vai continuar no PMDB. Ele desistiu de ser presidente", disse.
A Agência Folha apurou que o
governador de Minas trabalha
com duas frentes, após ter decidido permanecer peemedebista.
A primeira, considerada mais
difícil até por assessores, é a de
vencer as prévias do partido marcada para janeiro, mês em que,
em tese, será escolhido o candidato do partido à Presidência. A segunda, em caso de derrota, será
lançar-se ao Senado em 2002.
Itamar manteve o PDT na espera durante todo o período em que
travou uma disputa interna no
PMDB para impor sua tese de que
o partido tem que ter candidatura
própria à Presidência -a dele, de
preferência.
Na convenção nacional do
PMDB, ocorrida no último dia 9,
a ala do partido que apoia o governo federal conseguiu 62,74%
do diretório, enquanto que os itamaristas ficaram com 37,26%.
Diante disso, alguns esperavam
que Itamar fosse para o PDT.
Mas o governador deu sinais de
que havia gostado do resultado da
convenção, principalmente da
moção aprovada que ataca o governo federal.
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