São Paulo, terça-feira, 18 de setembro de 2001

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Tasso critica indicação de Calheiros a vaga

DA REPORTAGEM LOCAL

DA SUCURSAL DO RIO

O governador do Ceará, Tasso Jereissati (PSDB), criticou ontem a indicação do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) para a vaga de Jader Barbalho (PMDB-PA) na presidência do Senado. Calheiros é o nome favorito da ala do PMDB ligada a Jader.
"Depois dessa crise no Senado, todos esperam que o presidente seja uma figura que tenha diálogo fácil com todos os partidos, que tenha o respeito de todos os partidos, e que venha para justamente fazer uma administração acima de qualquer tipo de paixão e de divisão. Com certeza o senador Renan não tem esse diálogo fácil com o PSDB, e me parece que não tem também com os outros partidos", declarou o governador.
Tasso, que esteve ontem em São Paulo para uma palestra com presidenciáveis promovida pela Fundação Getúlio Vargas, defendeu José Sarney para o cargo.
""Seria um nome que, sem dúvida, preenche essas condições com mérito. Haveria outros, mas quem sou eu para indicar."
Na avaliação do governador, Renan teria se comportado de modo ""pouco ético" em relação a Mário Covas (morto este ano), com quem o ex-ministro manteve uma série de atritos enquanto esteve no comando da Justiça.
Apesar das críticas, Tasso afirmou, mais cedo, no Rio, que o acordo que garante ao PMDB a manutenção da presidência do Senado será cumprido.
Na ocasião, além de Sarney, relacionou outros dois nomes do PMDB que se enquadrariam no perfil que ele considera ideal para ocupar a vaga: os dos senadores Gérson Camata (ES) e Ramez Tebet (MS).
O governador disse também que a intervenção do presidente Fernando Henrique Cardoso no processo que culminou com o anúncio feito por Jader de que renunciaria ao cargo foi importante, mas ressalvou que o presidente agora deve se recolher.
"Acho que até agora foi importante (a atuação de FHC), na medida em que ele deu sua autoridade moral para resolver o impasse que a instituição estava vivendo. Doravante, a questão deve ser resolvida pelo Senado e pelos senadores", disse.


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