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São Paulo, quinta-feira, 18 de setembro de 2003

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Ministério recua sobre análise de crime do PA

DA AGÊNCIA FOLHA

Pressionado pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e pela CPT (Comissão Pastoral da Terra), o Ministério do Desenvolvimento Agrário recuou ontem e decidiu analisar a inclusão do assassinato de sete trabalhadores rurais e um fazendeiro, no sul do Pará, no balanço de conflitos da Ouvidoria Agrária Nacional.
As mortes farão parte dos números da ouvidoria, caso as investigações da polícia paraense apontem o conflito fundiário como motivação. A decisão foi tomada ontem tanto pelo gabinete do ministro Miguel Rossetto como pelo ouvidor agrário nacional, Gercino José da Silva Filho.
Na última segunda-feira, a ouvidora agrária nacional substituta, Maria de Oliveira, 52, escalada pelo ministério para falar sobre o caso, afirmou que os assassinatos em São Félix do Xingu (PA), na semana passada, não seriam incluídos no balanço do órgão.
CPT e MST criticaram a decisão da ouvidoria, que, caso fosse mantida, iria de encontro com sua metodologia padrão de incluir ou não uma morte em seu balanço somente após ter acesso a um inquérito policial que determine a motivação do crime.
Na ocasião, a ouvidoria se antecipou à polícia paraense e anunciou que uma "análise" já havia sido concluída sobre o caso.
Ontem, a assessoria do ministério informou que a ouvidoria manterá o critério de incluir em seus balanços os assassinatos ocorridos em conflitos fundiários, mesmo que não estejam ligados à disputa pela reforma agrária.
Para o delegado-geral da Polícia Civil do Pará, Luís Fernando da Rocha, "ainda é muito cedo" para apontar uma linha definitiva do caso ou mesmo concluir se os assassinatos foram motivados ou não por um conflito agrário.
Ontem, o fazendeiro e empresário Tadeu Bitar, 48, acusado por uma testemunha de ser o mandante dos assassinatos, negou o envolvimento no caso em depoimento na Polícia Civil, em Belém.
(EDUARDO SCOLESE)


Colaborou MAURÍCIO SIMIONATO, free-lance para a Agência Folha, em Belém

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