São Paulo, domingo, 18 de setembro de 2005

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Aliados vão recomendar que deputado renuncie

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Aliados de Severino Cavalcanti vão recomendar hoje, em reunião na residência oficial, que o presidente da Câmara renuncie ao cargo e ao mandato.
A avaliação é de que, se insistir em permanecer, Severino não terá autoridade para comandar a Casa e, quanto ao mandato, o juízo político já estaria formado contra ele. Caberia a Severino, então, se defender na Justiça das acusações, segundo esses deputados.
Estes aliados de Severino são contrários ao licenciamento do cargo por 120 dias. Para eles, isso aumentaria a pressão sobre o deputado e o deixaria mais exposto. Mesmo afastado, o processo de cassação tramitaria normalmente no Conselho de Ética.
O licenciamento é ruim para o governo porque, neste caso, em vez de serem convocadas novas eleições, assumiria o oposicionista José Thomaz Nonô (PFL-AL), que ocupa a vice-presidência.
Na reunião de hoje, no entanto, nem todos estão dispostos a aconselhar Severino. "Essa é uma decisão dele, eu estou indo para ouvir. Não fica bem que eu faça recomendações ao presidente da Casa", disse o deputado João Caldas (PL-AL).
Aliados de Severino chegaram a procurar sua filha, a deputada estadual Ana Cavalcanti (PP-PE), que possui influência sobre ele. Ana contribuiu para a aprovação da Lei de Biossegurança, que permitiu a pesquisa com células-tronco, ao convencer o pai, que era contra.
Parlamentares disseram a Ana que seria melhor que Severino renunciasse, argumentando que ele já é um homem idoso e não teria condições de saúde para agüentar as pressões. Nessas conversas, eles afirmaram que a tendência é que a situação piore. Adversários já estariam, por exemplo, investigando a vida pessoal da família.


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