São Paulo, quinta-feira, 18 de setembro de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Porta fechada

A linha escolhida por Geraldo Alckmin (PSDB) para tentar ultrapassar Gilberto Kassab (DEM) vai dificultar a composição num segundo turno em que Marta Suplicy (PT) tem lugar assegurado. Sem prejuízo da migração de votos de um para outro, poucos acreditam, dada a escalada de hostilidades, que o prefeito tenha condições de subir no palanque do tucano caso este chegue à etapa final -ontem, na TV, Alckmin disse que Marta "até obteve alguns avanços" no transporte, enquanto Kassab "não investiu" na área.
Menos gente ainda espera que Alckmin suba no palanque de Kassab. Quando este cenário entra em discussão, é logo acompanhado de um tópico correlato: a eventual saída do ex-governador do PSDB.



Fazer o quê? O entorno de Alckmin alega que nada lhe restou além de bater em Kassab. Chegou à conclusão de que, batendo em Marta, os votos perdidos pela petista estavam migrando para o prefeito.

Horóscopo. O quadro revelado pelas pesquisas já provoca algum realinhamento dos astros no universo tucano. Aguerrido apoiador da candidatura Alckmin, o líder do PSDB na Câmara, José Aníbal, emitiu sinais para pedir um encontro com José Serra.

É guerra 1. A campanha do prefeito já separou a fita da convenção que escolheu a chapa Serra-Kassab para a disputa paulistana de 2004. Com destaque para os trechos do discurso em que Alckmin elogia Kassab e a aliança do PSDB com o então PFL.

É guerra 2. A equipe de televisão de Alckmin foi barrada ontem no terminal Vila Nova Cachoeirinha por não ter comunicado à SPTrans que pretendia gravar imagens do candidato no local.

É guerra 3. Depois do pedido de expulsão do kassabista Walter Feldman, que chegou à direção nacional do PSDB assinado pelo deputado estadual Pedro Tobias, alckmistas buscam "voluntários" que façam o mesmo, no diretório municipal, com os vereadores Adolfo Quintas, Claudinho, Gilberto Natalini e Ricardo Teixeira.

Espuma. Ninguém acredita, porém, que tais processos avancem durante a campanha eleitoral. Nem depois dela.

A calhar. O PT nacional tirou uma resolução que "proíbe" o partido de se endividar na eleição. Além de sugerir que a era Delúbio é página virada, trata-se de argumento para negar recursos a campanhas sem chance.

Fui. O ministro José Múcio (Relações Institucionais) se manda hoje de Brasília. Serão dez dias de dedicação exclusiva às campanhas de aliados em Pernambuco.

Palavras, palavras. Em conversa com auxiliares sobre a crise americana, Lula disse ter perdido a conta das teorias de economistas que ouviu nos últimos anos e que "a realidade cuidou de desmoralizar".

Desconheço. Parlamentares presentes ao depoimento de Paulo Lacerda saíram com a impressão de que o diretor afastado da Abin está empenhado em se descolar do delegado Protógenes Queiroz.

Estática. Lacerda e seu sucessor no comando da PF, Luiz Fernando Corrêa, tentaram mostrar alguma harmonia, mas a linguagem corporal não escondia a tensão entre ambos. Lacerda balançou negativamente a cabeça várias vezes enquanto Corrêa falava.

Mudo. Nelson Jobim trocou o chip de seu celular. O ministro diz que não é medo de grampo, e sim tática para afastar jornalistas.

Em todas. A Servi-San, empresa à qual é ligado o irmão de Romero Menezes, degolado do segundo posto da PF, tem longo histórico de contratos governamentais. Oferece serviços de segurança à Eletronorte, Funai, CEF, INSS e Banco do Brasil.

com FÁBIO ZANINI e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

"Lula não é candidato a prefeito de Natal. E o povo sabe muito bem que o PV é um partido aliado ao presidente."

Da deputada estadual MICARLA DE SOUSA , candidata do PV na capital potiguar com o apoio do senador José Agripino (DEM), sobre a ida de Lula, amanhã, ao comício da adversária Fátima Bezerra (PT), que tem 28% no Ibope mais recente, contra seus 45%.

Contraponto

Querido diário

Em depoimento ontem à Comissão Mista de Controle de Inteligência do Congresso, o diretor afastado da Abin, Paulo Lacerda, era bombardeado com perguntas sobre a participação da agência na Operação Satiagraha da Polícia Federal. O presidente da comissão, Heráclito Fortes (DEM-PI) cobrou detalhes em série:
-Quantas foram as pessoas envolvidas? Quantos agentes? Cadê as gravações?-, perguntou o senador.
Lacerda anotava freneticamente cada uma das questões, até que a sua caneta começou a falhar:
-Puxa, eu deveria era ter feito um diário...


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