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"Gosto de mulher e minha mulher sabe", diz deputado
DA REPORTAGEM LOCAL
Historicamente identificado
com o conservadorismo político e atitudes "de direita", Paulo
Maluf hesitou ontem em apoiar
a Parada Gay, hoje um dos
eventos do calendário turístico
de São Paulo, e afirmou que as
relações entre pessoas do mesmo sexo não são "normais".
"O casamento de homem
com homem não é normal. Não
vou dizer aqui, para conseguir
votos de gays, que o casamento
é normal. Não é. (...) Direitos civis são uma coisa completamente diferente do casamento.
Agora, se alguém tem algum tipo de gosto sexual diferente do
meu, eu respeito. Eu gosto de
mulher, e a Silvia, minha mulher, sabe que gosto de mulher.
Se alguém gosta de homem, é
ruim. Não condeno porque numa democracia você tem de
respeitar o direito dos outros
até serem errados. Tenho profundo sentimento cristão."
Questionado se ajudaria financeiramente a parada, ele
disse: "Só se fosse em benefício
da cidade. Mas quero deixar
muito claro, eu gosto de mulher, mas eu não reprovo quem
gosta de homem".
Sobre o aborto, o candidato
do PP afirma ser a favor apenas
nos casos de bebês anencéfalos.
Direitos humanos
Famoso por frases como "estupra, mas não mata" e "vou colocar a Rota na rua", o candidato do PP se declarou contra a
pena de morte e a favor dos direitos humanos.
"Sou contra porque aqui tem
muito erro no Judiciário. Um
cidadão inocente pode ser condenado por um erro. Mas sou a
favor da prisão perpétua nos
casos de crimes hediondos."
Freeway
Neste ano, Maluf tem como
bandeira um projeto para o
trânsito que vem recebendo
críticas dos adversários e especialistas por estimular o uso do
automóvel na capital, a construção da Freeway (superpistas
nas marginais).
"Quem é contra o carro é porque desconhece o que existe no
mundo, cada garoto com 18
anos pensa como vai comprar
um carro. Portanto, é uma obra
que eu, se for eleito prefeito,
vou construir."
Questionado sobre como
executar a obra, por conta das
pontes das marginais (Pinheiros e Tietê), ele disse que, por
enquanto, ela ainda é um projeto: "Tem que suspender as pontes dois metros, fazer as vigas
de sustentação, colocá-las na
posição que elas precisam estar
para que se possa passar [as pistas] por baixo. (...) Eu calculo
que vai custar R$ 3 bilhões".
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