|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SÃO PAULO
Para o deputado federal Jutahy Junior (PSDB-BA), há "certeza da derrota" por parte dos petistas, que agora atacam o vice do tucano
Serra descarta "já ganhou" e mantém estratégia
RICARDO BRANDT
DA REPORTAGEM LOCAL
O candidato a prefeito de São
Paulo José Serra (PSDB) descartou ontem o clima de "já ganhou"
e trabalhará nos próximos dias
para manter inalterado o atual cenário eleitoral, em que ele aparece
em vantagem com 52% das intenções de voto, contra 40% da prefeita Marta Suplicy (PT), segundo
pesquisa Datafolha.
O levantamento mostra ainda
que 67% dos paulistanos acham
que o tucano vencerá a eleição.
"Não é que eu tenho medo do
clima de "já ganhou". É que eu não
quero o clima de "já ganhou", porque ele não faz sentido", disse Serra ontem em campanha na região
do Campo Limpo (zona sul).
O deputado federal Jutahy Junior (PSDB-BA), que acompanhou Serra ontem, chamou a
atenção não só para o fato de haver "muita confiança" na vitória
por parte dos tucanos mas também por haver do lado dos petistas uma "certeza da derrota".
"Quando um adversário passa a
atacar o vice, significa que ele já
conta que vai perder", disse.
Jutahy lembrou que, em 1986,
quando Waldir Pires foi eleito governador da Bahia ao derrotar o
candidato apoiado pelo senador
Antonio Carlos Magalhães, Josaphat Marinho, o marqueteiro da
campanha perdedora era Duda
Mendonça -que hoje faz a campanha de Marta. "Naquela ocasião também atacaram o vice do
Waldir Pires [Nilo Coelho], pois
tinham como certa sua vitória."
O deputado federal Walter
Feldman (PSDB), um dos coordenadores da campanha, disse que
"o PT já iniciou a disputa do terceiro turno". Para ele, os petistas
já consideram a derrota de Marta
e passaram a atirar contra o governo do Estado para atingir o governador Geraldo Alckmin -um
dos possíveis candidatos à Presidência em 2006 pelo partido.
Jutahy, que foi líder do PSDB na
Câmara dos Deputados, fez questão de ressaltar ainda outro aspecto da disputa em São Paulo: seu
caráter nacional. O deputado disse encarar a eleição na capital
paulista como a "jóia da coroa"
para o PSDB. Para ele, tucanos e
petistas saíram equilibrados no
país, mas a definição em São Paulo será o "fiel da balança".
Estratégia mantida
A coordenação de campanha
definiu que manterá a estratégia
usada no primeiro turno, ou seja,
não fará alterações no formato
dos programas de TV, poupará
Serra em casos de troca de acusações, dará visibilidade aos apoios
políticos e levará o candidato diariamente às ruas.
No caso da TV, uma das definições é que Serra continuará fora
de embates diretos com a adversária. Em relação as críticas feitas
pelo PT que vinculam o vice Gilberto Kassab ao ex-prefeito Celso
Pitta, por exemplo, a resposta veio
em tom bem-humorado. Com
bonecos de pano como cantores,
o partido colocou ontem no ar
um jingle em que o partido também associa Marta a Pitta.
O presidente do Diretório Municipal do PSDB, Edson Aparecido, afirmou que o consenso no
partido é que os ataques feitos pelo PT não representaram prejuízo
ao desempenho de Serra.
Para Feldman não há motivos
que justifiquem mudanças. Segundo ele, a distância de 12 pontos percentuais entre Serra e Marta não pode ser reduzida em duas
semanas. "Acreditamos até mesmo que possa haver uma ampliação dessa diferença."
Texto Anterior: Só "idiota" discute derrota em SP, diz Dirceu Próximo Texto: Tucano diz que é alvo de "praga" de Marta Índice
|