São Paulo, segunda-feira, 18 de outubro de 2004

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SÃO PAULO

Para o deputado federal Jutahy Junior (PSDB-BA), há "certeza da derrota" por parte dos petistas, que agora atacam o vice do tucano

Serra descarta "já ganhou" e mantém estratégia

RICARDO BRANDT
DA REPORTAGEM LOCAL

O candidato a prefeito de São Paulo José Serra (PSDB) descartou ontem o clima de "já ganhou" e trabalhará nos próximos dias para manter inalterado o atual cenário eleitoral, em que ele aparece em vantagem com 52% das intenções de voto, contra 40% da prefeita Marta Suplicy (PT), segundo pesquisa Datafolha.
O levantamento mostra ainda que 67% dos paulistanos acham que o tucano vencerá a eleição.
"Não é que eu tenho medo do clima de "já ganhou". É que eu não quero o clima de "já ganhou", porque ele não faz sentido", disse Serra ontem em campanha na região do Campo Limpo (zona sul).
O deputado federal Jutahy Junior (PSDB-BA), que acompanhou Serra ontem, chamou a atenção não só para o fato de haver "muita confiança" na vitória por parte dos tucanos mas também por haver do lado dos petistas uma "certeza da derrota". "Quando um adversário passa a atacar o vice, significa que ele já conta que vai perder", disse.
Jutahy lembrou que, em 1986, quando Waldir Pires foi eleito governador da Bahia ao derrotar o candidato apoiado pelo senador Antonio Carlos Magalhães, Josaphat Marinho, o marqueteiro da campanha perdedora era Duda Mendonça -que hoje faz a campanha de Marta. "Naquela ocasião também atacaram o vice do Waldir Pires [Nilo Coelho], pois tinham como certa sua vitória."
O deputado federal Walter Feldman (PSDB), um dos coordenadores da campanha, disse que "o PT já iniciou a disputa do terceiro turno". Para ele, os petistas já consideram a derrota de Marta e passaram a atirar contra o governo do Estado para atingir o governador Geraldo Alckmin -um dos possíveis candidatos à Presidência em 2006 pelo partido.
Jutahy, que foi líder do PSDB na Câmara dos Deputados, fez questão de ressaltar ainda outro aspecto da disputa em São Paulo: seu caráter nacional. O deputado disse encarar a eleição na capital paulista como a "jóia da coroa" para o PSDB. Para ele, tucanos e petistas saíram equilibrados no país, mas a definição em São Paulo será o "fiel da balança".

Estratégia mantida
A coordenação de campanha definiu que manterá a estratégia usada no primeiro turno, ou seja, não fará alterações no formato dos programas de TV, poupará Serra em casos de troca de acusações, dará visibilidade aos apoios políticos e levará o candidato diariamente às ruas.
No caso da TV, uma das definições é que Serra continuará fora de embates diretos com a adversária. Em relação as críticas feitas pelo PT que vinculam o vice Gilberto Kassab ao ex-prefeito Celso Pitta, por exemplo, a resposta veio em tom bem-humorado. Com bonecos de pano como cantores, o partido colocou ontem no ar um jingle em que o partido também associa Marta a Pitta.
O presidente do Diretório Municipal do PSDB, Edson Aparecido, afirmou que o consenso no partido é que os ataques feitos pelo PT não representaram prejuízo ao desempenho de Serra.
Para Feldman não há motivos que justifiquem mudanças. Segundo ele, a distância de 12 pontos percentuais entre Serra e Marta não pode ser reduzida em duas semanas. "Acreditamos até mesmo que possa haver uma ampliação dessa diferença."


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