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Fundos de pensão dizem que gestões são transparentes
JANAÍNA LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
A Previ, fundo de pensão dos
funcionários do Banco do Brasil,
afirmou ontem que está à disposição dos órgãos competentes para
prestar esclarecimentos sobre supostas irregularidades em operações fechadas entre 1997 e 2004.
"A atual gestão tem tido uma
posição de transparência e neste
caso não será diferente", afirmaram os gestores, por meio da assessoria de imprensa.
Os fundos Petros (Petrobras) e
Funcef (Caixa Econômica Federal), também se dispuseram a esclarecer possíveis irregularidades.
No último domingo, a Folha
publicou que o Tribunal de Contas da União (TCU) pediu informações à Comissão de Valores
Mobiliários (CVM), à Secretaria
de Previdência Complementar
(SPC) e ao Banco Central (BC) sobre a fiscalização de negócios fechados por fundos de pensão patrocinados por estatais.
O TCU quer colocar a lupa sobre operações dos três maiores
fundos brasileiros: Previ, Petros e
Funcef. Na lista há ainda o Centrus, ligado ao Banco Central e oitavo do ranking nacional.
Funcef
A Funcef enviou ontem uma
carta à Folha criticando a forma
como o texto foi editado pelo jornal. Nela, o presidente do fundo,
Guilherme Narciso de Lacerda,
afirma que as operações que são
alvo da consulta do TCU não
ocorreram durante a gestão atual.
"As operações em questão não
foram realizadas neste governo
ou pela atual administração. Desta forma, ligar tais fatos ao chamado "escândalo do mensalão" simplesmente não procede", afirma.
Na carta, a Funcef informou
ainda que existem 12 auditorias
trabalhando por lá. "Em 2003, a
atual diretoria procurou espontaneamente o Ministério Público, a
Polícia Federal, a CVM e a SPC",
disse Guilherme de Lacerda.
"Os auditores que trabalham na
sede da Funcef têm acesso ao sistema da fundação e a eles já foram
repassados mais de 240 mil páginas de documentos", conclui.
Segundo a assessoria de imprensa da Funcef, o presidente do
fundo participa hoje como convidado de uma audiência pública
na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados.
O objetivo da audiência, que deve
começar às 14h30, é esclarecer supostas irregularidades encontradas pelas investigações do Ministério Público no fundo.
Petros
A Petros também mandou ontem correspondência para a Folha. Esclareceu que não recebeu,
até o momento, nenhum questionamento do TCU a respeito de
eventuais irregularidades.
"Reafirmamos a absoluta regularidade com que os negócios da
Petros têm sido conduzidos na
presente administração", afirma
o documento, assinado pela assessoria de imprensa da Petros.
Coteminas
Diversas operações foram listadas como suspeitas pelo Tribunal
de Contas, inclusive a compra excessiva de ações da Coteminas,
empresa que pertence à família do
vice-presidente da República, José Alencar. O período determinado pelo TCU -entre 1997 e
2004- abrange transações relativas aos governos tucano e petista.
À Folha, a Coteminas negou
qualquer participação em irregularidades na compra e venda de
papéis da empresa.
Lembrou que a emissão aconteceu em 1997 e que todas as explicações pedidas pelo Ministério
Público, em 2000, foram enviadas
pela empresa e consideradas satisfatórias pelos procuradores.
O TCU não tem autonomia para
fiscalizar pessoas jurídicas de direito privado -caso dos fundos
de pensão ligados a estatais. Pode,
como fez, pedir informações aos
órgãos de regulação e, se quiser,
aos patrocinadores.
A solicitação de informações sobre os fundos de pensão pelo TCU
corre como processo sigiloso. A
Folha apurou que é derivado de
uma representação apresentada
pelo procurador-geral do Ministério Público no Tribunal, Lucas
Furtado. A relatoria foi entregue
ao ministro Lincoln da Rocha.
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