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No Rio, petista afirma que 2º turno "foi importante porque tiramos o salto alto"
MÁRIO MAGALHÃES
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse ontem à
noite em ato com artistas, intelectuais e esportistas no Canecão no Canecão que "o segundo
turno foi importante porque
nós tiramos o salto alto".
O presidente deu a entender
que se ausentou do debate na
TV Globo na véspera do primeiro turno porque pensava
que a eleição estava liquidada.
"Se está ganho, por que eu vou
ao debate?", indagou. "Sou um
cristão fervoroso; este segundo
turno é uma obra de Deus".
Lula disse que, se vencesse na
primeira rodada das eleições,
acharia que "ganhou sozinho":
"Era só eu na rua andando". Em
clima de euforia com a disparada na intenção de votos, Lula
comparou uma eventual vitória
no primeiro turno ao triunfo do
Flamengo sobre o Corinthians
por 3 a 0 no domingo passado:
"Seria como uma comida insossa". Corintiano, o presidente,
disse: "Vou pedir para o meu
Vasco da Gama [seu clube de
coração no Rio] para se vingar".
Em clima descontraído, foi
vaiado com força pela expressiva parcela de torcedores do Flamengo -o presidente do clube,
Márcio Braga, foi ao ato.
O presidente agradeceu o
apoio do músico Wagner Tiso,
presente, e do compositor Chico Buarque, ausente, que mandou mensagem de apoio.
Lula acusou Geraldo Alckmin (PSDB) de querer "privatizar" o avião da Presidência.
Bem-humorado, falou que o ex-lutador Popó, que discursou
em seu apoio e lhe colocou luvas de boxe, era menor: "Eu
acho que, se eu encarar o Popó,
eu dou um cacete nele".
Lula agradeceu o apoio da
candidata derrotada Ana Maria
Rangel, que participou do ato.
Cumprimentou a atriz Dercy
Gonçalves. Afirmou-se "cansado" com a campanha e atacou
Fernando Henrique Cardoso.
Elite
Antes, no centro do Rio, Lula
havia afirmado que "uma pequena parte da elite paulista"
odeia o resto do país e não quer
vê-lo reeleito por não aceitar
que um nordestino dirija o Brasil. "O povo paulista é trabalhador, é ordeiro, levanta às 4h,
mas tem uma pequena elite que
detonou Getúlio Vargas, João
Goulart, que era contra Juscelino e não aceita que um nordestino governe este país."
Em caminhada na avenida
Rio Branco, encerrada com comício na Cinelândia, diante de
dez mil militantes, segundo a
PM, Lula voltou a atacar Geraldo Alckmin (PSDB), insinuando que ele vai privatizar empresas públicas, e chamou os rivais
de "fábrica de demolição".
"A história deles é predadora,
eles só sabem vender. Não é invenção minha. Parecem fábrica
de demolição: não podem ver
uma coisa funcionando que
querem vender. O adversário
disse no debate: [com voz irônica] "Vou vender o avião presidencial". Até o avião ele quer
privatizar", afirmou.
Ao lado do boxeador Acelino
Popó Freitas, Lula brincou sobre o fato de ter sido atacado
pelo rival no debate da TV Bandeirantes. "No próximo, se alguém quiser brigar, vou levar
Popó para me ajudar."
Para a animação da multidão,
o candidato a governador do
Rio, Sérgio Cabral (PMDB),
anunciou o resultado da pesquisa Datafolha, em que Lula
aparece com 60% dos votos válidos, contra 40% de Alckmin.
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