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Foco
Publicitária petista leva mordida durante briga e perde parte de um dedo
CRISTINA TARDÁGUILA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
Circular pelo Leblon, bairro de classe alta da zona sul do
Rio, com uma camiseta de
apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva custou à publicitária Danielle Corrêa
Tristão, 38, parte do dedo
anelar esquerdo.
Na madrugada da última
segunda, ao chegar a um dos
bares mais tradicionais da região, o Jobi, a publicitária foi
hostilizada e teve a ponta do
dedo anelar esquerdo arrancada ao ser mordida pela jornalista Ana Cristina Luzardo
de Castro, 39.
A publicitária vestia uma
camisa com a inscrição "Lula,
sim". O Leblon é um dos bairros em que mais são vendidas
camisetas com os dizeres
"Lula, não. Abaixo a corrupção".
A venda das camisetas anti-Lula está concentrada em bares do bairro. "Uso para ver se
a galera se toca e não vota no
Lula", justificou o mecânico
Edgar Freire Machado Guimarães, 25.
"Quando eu, meu marido e
dois amigos chegamos ao bar,
fomos vaiados e hostilizados
por causa da camiseta "Lula,
sim" que vestíamos. O garçom até nos pediu que não
nos sentássemos, mas resolvemos ficar em uma mesa do
lado de fora. Durante todo o
tempo, fomos alvos de bolinhas de papel vindas de diversas partes e de aviõezinhos
feitos com santinhos do candidato Geraldo Alckmin. Teve
até um senhor que me ameaçou com um prato", afirmou
Danielle.
"Depois de pagar a conta,
fui ao banheiro, dentro do
bar, e, ao sair, duas mulheres
se deram o direito de tirar
meu chapéu. Temendo confusão, meu marido me puxou
para fora, mas as duas vieram
correndo atrás de mim. Uma
delas me agarrou pelos cabelos e acabou mordendo meu
dedo. Quando percebi, a mão
já estava sangrando, e parte
do dedo estava no chão", disse
a publicitária.
A autora da mordida, que
não foi encontrada pela Folha para comentar o caso, só
foi identificada por Danielle
por ter prestado queixa à polícia antes dela.
Segundo o delegado da 14ª
DP, João Ismar, Ana Cristina
Luzardo de Castro chegou à
delegacia pouco antes das 3h,
acompanhada de um amiga, e
disse que ambas tinham sido
vitimas de unhadas desferidas por uma mulher que havia iniciado discussões políticas em um bar. Danielle não
poderá fazer o reimplante da
falange.
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