São Paulo, quarta-feira, 18 de outubro de 2006

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Oposição volta ao TSE e pede apuração de "abafa" sobre dossiê

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A campanha de Geraldo Alckmin (PSDB) protocolou ontem dois novos recursos na Justiça Eleitoral cobrando a apuração de uma suposta "operação abafa" no caso da compra do dossiê contra tucanos.
Pediu também investigação para analisar se houve abuso do poder econômico do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que tenta a reeleição, para obter o apoio do governador Blairo Maggi (PPS-MT).
A cruzada da oposição terminou em uma "saia justa" no final do dia, ao ouvir do presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal, Sandro Torres Avelar, que "não há operação abafa" sob o inquérito do dossiê e que a instituição é "séria" e "isenta".
Os presidentes dos três partidos de oposição -PSDB, PFL e PPS- acusam o ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça) de interferir nas investigações da PF para não prejudicar a candidatura Lula. Bastos nega e diz que a oposição está querendo "privatizar a investigação".
Ontem, foi protocolado um pedido de extensão da ação em curso no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que trata do caso do dossiê. O pedido é para que o corregedor eleitoral, ministro Cesar Asfor Rocha, relator do caso, comece a instrução do processo e convoque testemunhas. Foram incluídos os nomes do diretor da PF em São Paulo, Severino Alexandre, e do chefe do núcleo de custódia, Jorge Luiz Herculano.
O texto aponta "indevida interferência do ministro da Justiça em favor dos interesses da candidatura Lula".
A oposição pede que seja anexado ao processo cópia da reportagem da última revista "Veja". Segundo a revista, houve um encontro fora do horário regular na PF em São Paulo entre Freud Godoy, ex-assessor do Palácio do Planalto, e Gedimar Passos, ex-membro da campanha do PT, preso tentando comprar um dossiê contra o PSDB por R$ 1,75 milhão. Thomaz Bastos nega.
O outro pedido de investigação acusa o presidente Lula de "comprar" o apoio de Blairo Maggi no segundo turno em troca da liberação de R$ 1 bilhão para apoio aos produtores de soja. Blairo é um dos maiores produtores de soja do país. A medida, entretanto, acabou adiada para depois da eleição.


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