São Paulo, segunda-feira, 18 de novembro de 2002

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PAINEL

Produzir fatos
Economistas do PT torcem pelo aumento na taxa básica de juros no Copom, amanhã e quarta. Evitaria aumento da inflação e permitiria a Lula baixar a taxa no início do mandato, agradando aos empresários.

Entendimento forçado
O PT acredita em lua-de-mel de Lula com o mercado no início do mandato. Como muitas empresas brasileiras têm dívidas em dólar, dariam crédito de confiança ao novo governo.

Namoro interrompido
Para o PT, a lua-de-mel dura até os cem primeiros dias do governo. Se a economia mostrar bons resultados, o namoro vira casamento. Caso contrário, a pressão sobre Lula será enorme.

Opções próximas
Sondado, o advogado Márcio Thomaz Bastos afastou a hipótese de ser ministro da Justiça. O PT convidaria um juiz, como Sepúlveda Pertence, ou um político petista, como José Genoino (SP) ou Sigmaringa Seixas (DF).

Acomodação eleitoral
O PT não abre mão da presidência da Câmara e deverá lançar João Paulo Cunha (SP). Poderá destinar cargos de liderança do governo na Câmara a aliados. Para líder do Senado o favorito é Aloizio Mercadante (SP).

Programa habitacional
A Câmara estuda vender apartamentos funcionais à disposição dos deputados. Alega-se que os imóveis estão velhos e eles preferem os R$ 3.000 de auxílio-moradia. A venda financiaria a ajuda direta aos deputados.

Outro padrão
O deputado federal eleito Henrique Meirelles (PSDB-GO), ex-presidente do BankBoston, não gostou dos gabinetes e dos apartamentos funcionais.

Contrato condenado
O ex-governador do MT Dante de Oliveira (PSDB) e a agência de publicidade DMD deverão devolver R$ 200 milhões aos cofres públicos. O juiz Alberto Ferreira achou irregular a contratação da agência. Dante recorrerá.

Marcar diferenças
O governador eleito Lúcio Alcântara (PSDB-CE) não manterá nenhum secretário indicado por Tasso Jereissati. Diz que não há rompimento, só "mudanças na máquina administrativa".

Pacto amazônico
O PPS quer ""trabalhar" com o PT as indicações para órgãos federais, como o Banco da Amazônia e a Ada (Agência de Desenvolvimento da Amazônia), originária da extinta Sudam.

Lobby regional
Os governadores eleitos Blairo Maggi (MT) e Eduardo Braga (AM) discutirão amanhã, com Ciro e Roberto Freire, as indicações para órgãos regionais.

Fila de emprego
O assédio a Lula por empregos no governo, o que já rendeu um desabafo a FHC, também envolve recados a amigos. Frei Betto recebe, em média, cinco pedidos por dia. Alguns com currículo.

Disputa interna
Inimigos de José Serra no PSDB articulam uma candidatura contrária a Jutahy Júnior (BA) para a liderança do partido na Câmara a partir de 2003.

Dúvida cruel
Eleito, Aécio Neves precisa que o governo Lula dê certo, para que Minas não venha a quebrar. Mas se o petista for mal, o tucano ganhará força como candidato à Presidência em 2006.

Moleza geral
De um líder do PSB, sobre a cúpula ter acusado os diretórios do DF e do Ceará de "corpo mole" na campanha de Garotinho: "Nessas eleições, quem não pecou que atire a primeira pedra".

Razões de Estado
Deputados do PSDB e do PFL que se mudam para partidos aliados de Lula, como o PL e o PSB, pedem sigilo até o fim do mandato de FHC. Temem perder cargos federais nos Estados.

TIROTEIO

Do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, sobre a ameaça de deputados liberais, como Luiz Antônio de Medeiros (SP), de trocar o partido pelo PMDB:
- A mesma porta do PL que está aberta para a entrada de deputados também está aberta para a saída.

CONTRAPONTO

Saída diplomática

Os deputados e senadores eleitos pelo PT reuniram-se há duas semanas, na Câmara, com a direção do partido. O objetivo da reunião foi a apresentação dos novos congressistas e a divulgação das prioridades do governo Lula no Congresso.
O líder do partido na Câmara, João Paulo, explicou o funcionamento da Casa. Em seguida, o presidente do partido, José Dirceu, falou sobre a formação de alianças. O último orador foi o coordenador da equipe de transição, Antônio Palocci Filho, que chegou ao local no final do discurso de Dirceu.
- Não ouvi o que o Zé [Dirceu" falou. Mas, qualquer diferença entre nossas falas, prevalece o que ele disse, porque ele é o chefe- provocou Palocci.
Dirceu ouviu e ironizou:
- Vou pedir para o Lula me nomear embaixador em Cuba. Assim, eu acabo com essa história de homem forte.



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