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JUSTIÇA
Decisão segura senador no cargo até julgamento final do STF; ele já foi condenado pelo TSE, sob acusação de comprar votos
Liminar mantém Capiberibe no Senado
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Uma liminar do Supremo Tribunal Federal garantiu ontem ao
senador João Alberto Capiberibe
e à mulher dele, a deputada federal Janete Capiberibe, ambos eleitos pelo PSB do Amapá, a manutenção de suas cadeiras no Congresso Nacional até que seja julgado o recurso que interpuseram
contra a decisão da Justiça Eleitoral que cassou seus mandatos sob
a acusação de compra de votos.
Frente à decisão favorável do
Supremo, o Senado retirou da
pauta de votações o projeto de lei
elaborado com o objetivo de conceder anistia ao senador e à deputada (leia texto nesta página).
A decisão, do ministro Eros
Grau, reconhece a existência de
perigo de danos irreversíveis caso
os mandatos não fossem preservados até o julgamento do recurso apresentado ao Supremo com
o qual os Capiberibe pretendem
reaver definitivamente seu lugar
no Congresso.
Ainda na decisão, Grau diz ser
de "duvidosa constitucionalidade" o dispositivo da legislação
eleitoral em vigor segundo o qual,
sendo cassado, o congressista é
obrigado a deixar o mandato imediatamente.
Anteontem, o ministro do TSE
(Tribunal Superior Eleitoral) Carlos Velloso havia negado pedido
apresentado pelos advogados dos
Capiberibe com a intenção de
suspender os efeitos da decisão do
tribunal.
Os dois aguardam o julgamento
de recurso interposto ao Supremo
no qual negam a prática de compra de votos, acusação que foi
acolhida pelo TSE em julgamento
de abril deste ano.
O veredicto foi reafirmado em
setembro, quando o tribunal se
pronunciou sobre recurso do casal apresentado na tentativa de reverter a perda dos mandatos.
As principais acusações que pesam contra os Capiberibe estão
nos depoimentos de duas mulheres que disseram ter recebido R$
26 para votar no casal. O senador
e a deputada contestaram a veracidade dos relatos.
"Casuísmo"
Ontem, no início da sessão ordinária do Supremo Tribunal Federal, ministros classificaram como
"casuísmo" o projeto de lei apresentado por senadores cujo efeito
prático seria salvar o casal Capiberibe da cassação.
De acordo com os ministros, ao
contrário de iniciativas legislativas apresentadas em eleições passadas, nas quais o objetivo era para conseguir, por exemplo, a anistia de multas contra candidatos,
desta vez o Legislativo teria agido
de forma cirúrgica, tendo como
único intuito salvar mandatos específicos.
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