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Presidente cobra de Sarney e Renan unidade do partido
FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem ao presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), e ao senador José
Sarney (AP) que a unidade interna dos partidos, inclusive do
PT, é precondição para a montagem de um eventual governo
de coalizão.
O presidente afirmou que vai
esperar o máximo que puder
para fazer a reforma ministerial, apesar das pressões que
vem sofrendo dos partidos que
compõem a base aliada.
Anteontem Lula recebeu
uma comissão de petistas e
adiantou que o partido vai ter
que ceder espaço para o PMDB.
O PT tem reivindicado cargos que considera estratégicos
no governo.
Um dos cenários é que Lula
aguarde a eleição dos presidentes da Câmara e do Senado, em
fevereiro, para fazer a reforma
ministerial.
Maior bancada da Câmara, o
PMDB tem o direito de indicar
o presidente da Casa.
Como o partido pretende
manter a presidência do Senado, deve abrir mão do posto,
mas vai querer uma compensação por isso.
Lula apóia a recondução de
Renan e do deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP) às presidências do Senado e da Câmara,
mas afirmou que não vai se manifestar publicamente sobre o
assunto para não soar como
uma interferência do Executivo no Legislativo.
"Ele não tem nenhuma ansiedade em relação à composição do governo, acabou de ganhar as eleições, não tem prazo", disse Renan. "Ele acha que
a construção da coalizão requer
uma espécie de preparação interna dos partidos aliados",
acrescentou o presidente do
Senado.
O PMDB ficou rachado durante o primeiro mandato do
petista, quando a ala de oposição foi comandada pelo presidente do partido, deputado Michel Temer (SP).
Agora Lula está cobrando o
apoio do PMDB como um todo
em seu segundo mandato.
Apesar de setores que antes
faziam oposição ao governo terem aderido, como o deputado
Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), ainda há resistências no
partido. Lula convidou Temer
para uma reunião na próxima
quarta-feira.
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