São Paulo, sábado, 18 de novembro de 2006

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Empresas negam haver conflito de interesses em patrocínios

MATHEUS PICHONELLI
DA REDAÇÃO

O Banco do Brasil informou ontem, por meio de sua assessoria de imprensa, que o patrocínio destinado ao 19º Congresso Brasileiro de Magistrados foi motivado por uma "reciprocidade negocial". "O banco é um grande captador de depósitos judiciais. É detentor de vários negócios com o Judiciário que, como fonte de pagamentos, é um bom cliente".
Segundo a estatal, há uma disputa com outras empresas pela folha de pagamento desse segmento e o Banco do Brasil viu no congresso uma oportunidade de "prospecção de um público de alta renda".
"O banco está na disputa pelo mercado. Não há conflito de interesses. Assim como outros patrocínios, ele vê qual o tipo de relacionamento a entidade tem com a empresa e, dependendo desse relacionamento, patrocina ou não", informou a assessoria, que não quis informar qual o valor do patrocínio.
O superintendente da Itaipu Binacional, Gilmar Piolla, afirmou que o valor destinado pela estatal ao evento refere-se à compra de um espaço para montagem de stand. O objetivo seria distribuir cerca de 600 exemplares de uma revista institucional contendo o histórico de uma disputa judicial entre a empresa e duas revistas de São Paulo. "Pagamos R$ 10 mil pelo espaço. Não foi um patrocínio. A Itaipu participa de muitos eventos. Nosso interesse é divulgar a empresa para um público estratégico, formador de opinião. É uma oportunidade para distribuir esse material".
Em nota, a Companhia Vale do Rio Doce informou que "apóia eventos de diversos públicos e natureza que fortaleçam as instituições da sociedade civil brasileira, entre elas o Judiciário". Já o Bradesco justificou o patrocínio dizendo que o apoio do banco ao evento foi uma forma de contribuir para o "debate de temas econômicos de interesse nacional".
De acordo com a assessoria da Volkswagen, a decisão de patrocinar o congresso dos magistrados não teve aval da área corporativa, mas pode ter sido definido por outros departamentos. Procuradas, as demais empresas não foram localizadas no fim da tarde de ontem.


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