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Painel
VERA MAGALHÃES (interina) - painel@uol.com.br
Chamem o médico
Sai Guido Mantega, entra José Gomes Temporão.
Encerrada a etapa das concessões na economia, o governo deflagra esta semana a estratégia do "apelo dramático pela saúde" para tentar vencer as resistências
à aprovação da CPMF. O ministro da Saúde foi escalado por Lula para procurar senadores da base e da oposição, batendo na tecla dos valores que deixariam de
ser repassados aos Estados com o fim da contribuição.
Nos cálculos do Planalto, seriam sensíveis ao apelo
tucanos de Estados onde o PSDB governa, como
Eduardo Azeredo (MG), João Tenório (AL) e Cícero
Lucena (PB), e governistas de locais onde a saúde beira o colapso, como o Ceará de Patricia Saboya (PSB) e
o Rio Grande do Sul de Pedro Simon (PMDB).
Pais da matéria. Na estratégia "SOS Saúde", o Palácio do Planalto tenta marcar
uma "oportunidade para foto" que reúna Temporão e o
idealizador do imposto do
cheque, Adib Jatene - elevado à condição de herói de Lula
pelo "tem que pagar!" a Paulo
Skaf, presidente da Fiesp,
opositor ferrenho da CPMF.
Eu também. Adversário
do presidente interino do Senado, Tião Viana (PT), no
Acre, Geraldo Mesquita
(PMDB) é mais um dos que
esperam utilizar a negociação
pela aprovação do imposto do
cheque para conseguir emplacar pleitos de cargos no Estado há muito engavetados.
Página virada. O sinal
claro de que não há no Senado
a menor disposição de cassar
Renan Calheiros (PMDB-AL)
vem da cúpula do DEM. Na
primeira votação em plenário, o partido fechou questão
pela perda do mandato do
peemedebista. Agora, submergiu e adotou um discurso
de que a prioridade é derrubar
a prorrogação da CPMF.
Esqueletos. Peemedebistas
ligados a Renan Calheiros fazem circular nos corredores
do Senado que, caso o PT
abandone o presidente licenciado da Casa, o PMDB fará
carga contra a líder Ideli Salvatti (SC) na CPI das ONGs e
representará contra Delcídio
Amaral (MS) no caso do mensalão sul-mato-grossense.
Cirúrgico. A trinca de líderes do PMDB foi advertida pelo Planalto: a condução da sucessão de Renan não pode
deixar mortos pelo caminho.
A ordem do governo tem um
objetivo específico: evitar
que, caso se sintam atropelados, Garibaldi Alves (RN) e
Gerson Camata (ES) passem a
engrossar o coro do grupo que
ameaça votar contra a prorrogação do imposto do cheque.
Fogo amigo 1. Queridinha de Lula e alçada à condição de sua possível sucessora,
Dilma Rousseff virou alvo de
críticas dentro do PT. Parlamentares e dirigentes passaram a bater em sua política de
energia, que teria sido vendida ao Planalto como solução
para o país e agora enfrenta
problemas, como o do gás.
Fogo amigo 2. Egressa do
PDT, a ministra da Casa Civil
é vista como "cristã nova" no
PT. Também tem pouca influência na burocracia partidária, onde integra grupo com
menos de 20% da direção, e
desperta ciúmes pelo prestígio no governo, "onde manda
em 70% das áreas", reclama
um deputado federal da sigla.
Cartolagem. O estafe de
José Serra dá como certo que
São Paulo ficará com a abertura da Copa de 2014, mas a
CBF e Lula trabalham em silêncio por Aécio Neves. A entidade de futebol é grata pela
ação do mineiro para enterrar
a CPI do Corinthians, e o presidente não pára de dizer que
suas relações com ele estão
"melhores do que nunca".
Matriarcado. Em tempos
de ascensão das mulheres na
política, o PSDB se preocupou
em ampliar a representação
feminina na nova Executiva
Nacional do partido, que será
eleita na quinta-feira. Farão
parte da cúpula as senadoras
Lúcia Vânia (GO) e Marisa
Serrano (MS) e a deputada
Thelma de Oliveira (MT).
Tiroteio
"Voltamos à pauta do regime militar: petróleo e
submarino nuclear. Só falta o Brasil potência".
Do deputado RAUL JUNGMANN (PPS-PE) sobre a idéia do ministro Nelson Jobim (Defesa) de o país adquirir um submarino nuclear para proteger a região do megacampo de petróleo de Tupi, na Bacia de Santos.
Contraponto
Debutantes
Em conversa com Lula na recente cúpula ibero-americana, Evo Moralez fez efusivos elogios ao embaixador
brasileiro na Bolívia, Frederico Araújo. Contou que certa
vez telefonou para o diplomata, avesso a celulares.
-Embaixador, aqui é Evo-, saudou o presidente.
A ligação foi imediatamente interrompida.
Semanas depois, ao encontrar Araújo pessoalmente, cobrou-lhe o ocorrido, em tom bem-humorado:
-Devo dizer que o senhor foi o primeiro embaixador a
desligar o telefone na minha cara!
-E o senhor saiba que foi o primeiro presidente a me
telefonar diretamente no celular!
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