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Encurralado entre Serra e Aécio, DEM tenta superar racha
A cúpula do partido se reúne hoje em Brasília para unificar seu discurso sobre a sucessão presidencial
FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Enfraquecido pela permanência fora do poder federal
por quase sete anos e com uma
bancada sempre em declínio no
Congresso, o DEM faz hoje almoço em Brasília para tentar
unificar o discurso sobre 2010.
Nas últimas semanas, caciques do DEM têm se desentendido em público a respeito da
estratégia a ser adotada na disputa pelo Palácio do Planalto.
De um lado, o presidente nacional do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), e seu pai, o ex-prefeito do Rio Cesar Maia, atacam o PSDB pela estratégia de
aguardar até março ou abril para definir quem será o candidato a presidente. A maioria dos
deputados democratas apoia as
críticas. Essa ala enxerga no governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), a melhor opção como postulante ao Planalto.
Do outro lado está o grupo
comandado pelo prefeito de
São Paulo, Gilberto Kassab, e
pelo ex-presidente da sigla Jorge Bornhausen. Eles apoiam o
governador José Serra (PSDB-SP) e não enxergam problemas
na tática de postergar a decisão.
"O almoço terá dois objetivos
principais. Vamos tentar unificar o nosso discurso e dizer que
o DEM vai apoiar o candidato a
presidente do PSDB, não importa quem ele seja. E vamos
trabalhar para ter Serra e Aécio
juntos na disputa, possivelmente numa chapa Serra-Aécio", explica o governador do
DF, José Roberto Arruda.
Foram convidados todos os
56 deputados e 13 senadores do
DEM. A cúpula também estará
presente, inclusive Kassab.
Há nos bastidores do DEM
também especulação sobre como os políticos do partido vão
se comportar em 2010 nos Estados diante de uma possível alta popularidade do presidente
Lula. O governador de Brasília
nega um possível apoio ao PT
ou à pré-candidata dessa legenda ao Planalto, Dilma Rousseff.
O líder na Câmara, Ronaldo
Caiado (GO), disse que o "sentimento é pela busca da unidade
partidária", mas ressalva: "Enquanto o PSDB não se definir
sobre quem será o candidato a
presidente, o DEM continuará
a fazer alianças localmente.
Mais adiante, ninguém poderá
cobrar do nosso partido que tenhamos palanques homogêneos em todos os locais para o
candidato a presidente".
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