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CONGRESSO
Só 13 dos 27 senadores necessários apóiam comissão
Oposição não junta assinaturas para CPI
da Sucursal de Brasília
A oposição
conseguiu ontem, no Senado,
apenas 13 das 27
assinaturas necessárias para
pedir a abertura
de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito)
para investigar supostas irregularidades em privatizações.
Na Câmara, até as 19h, o PT havia
colhido 62 das 171 assinaturas necessárias. O partido não havia recebido, até esse horário, os números de outros líderes, que também
estavam coletando assinaturas.
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP), responsável pela coleta de assinaturas, conseguiu apenas três
adesões em partidos da base governista: as dos peemedebistas Pedro Simon (RS), Roberto Requião
(PR) e José Saad (GO).
Outras duas adesões eram esperadas no Senado ontem. Ernandes
Amorim (PPB-RO) declarou apoio
à CPI em discurso no plenário, e
Carlos Wilson (PSDB-PE) disse ao
líder do PT na Câmara, Marcelo
Déda (SE), que assinaria o pedido.
As chances de que o número mínimo de assinaturas seja atingido
são remotas. Segundo os próprios
oposicionistas, o pedido do ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros (Comunicações) para prestar
esclarecimentos no Senado é uma
forma de tirar força da CPI.
"É uma cortina de fumaça. Com
a vinda do ministro, o governo
quer abafar a CPI", disse Déda.
²
Grampo
Conversas grampeadas do ministro, do presidente do BNDES,
André Lara Resende, e de Pérsio
Arida, sócio do banco Opportunity, levantaram suspeitas de favorecimento do governo a um dos
consórcios no leilão da Telebrás.
Ao anunciar a intenção de abrir a
CPI, os líderes da oposição procuraram desvincular as gravações
clandestinas das investigações.
"Não vamos fazer o trabalho policial de averiguar quem grampeou. O que nos interessa é a ação
do governo nas privatizações",
disse Suplicy.
O requerimento da CPI se baseia
em quatro pontos: 1) a concessão
de empréstimos do BNDES a grupos privados a taxas de juros abaixo das de mercado; 2) a atuação do
governo em relação aos fundos de
pensão das estatais, com o objetivo
de torná-los sócios de grupos privados; 3) o processo de concentração de riqueza e poder dos compradores das estatais; e 4) a forma
como autoridades do governo interferiram nas privatizações.
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