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Renan Calheiros promete a FHC apuração rápida dos dois casos
AUGUSTO GAZIR
da Sucursal de Brasília
O ministro da Justiça, Renan Calheiros, prometeu ontem ao presidente Fernando Henrique Cardoso agilidade nas investigações do
grampo telefônico no BNDES e da
suposta conta bancária da cúpula
tucana nas Ilhas Cayman. O objetivo é evitar o desgaste político do
governo.
A Folha apurou que a avaliação
do ministério é que a apuração está
começando do zero, já que as investigações comandadas até a semana passada pelo general Alberto
Cardoso, ministro-chefe da Casa
Militar da Presidência, não apresentaram avanços.
"Vamos dar todo o apoio necessário para que a Polícia Federal
aprofunde as investigações e não
permita o entendimento de que as
vítimas são os suspeitos", afirmou
Renan Calheiros.
Ele se reuniu com FHC pela manhã no Palácio do Planalto. O ministro criticou a possibilidade de
instalação de CPI no Congresso sobre o episódio, como defendem os
partidos de oposição.
"Compete ao governo dar apoio,
instrumentos e recursos para que a
polícia aprofunde as investigações", completou.
De acordo com Calheiros, a PF
recebeu da Casa Militar os bilhetes
da tentativa de chantagem, as cópias de papéis sem autenticidade
comprovada e as fitas com as conversas grampeadas.
Segundo ele, o problema não é
político nem de Estado, e sim policial. "O desfecho de uma CPI é remeter o relatório ao Ministério Público. Para que CPI se o Ministério
Público já está investigando?".
O ministro defendeu rapidez no
trabalho da PF, desde que não
atrapalhe sua eficiência.
"Os inquéritos devem ser concluídos o mais rápido possível. A
Polícia Federal tem total liberdade
para determinar os prazos. Não sabemos qual dos dois inquéritos
(do grampo ou da suposta conta)
terminará primeiro", disse.
Ele elogiou para o presidente os
agentes da PF responsáveis pelo
apuração. "As investigações estão
sendo feitas por pessoas sérias e
competentes, com a maior independência possível."
"A possibilidade de haver ou não
acareações e os demais procedimentos é tema policial e cabe a
quem está investigando decidir",
afirmou Calheiros.
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