São Paulo, quarta, 18 de novembro de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Renan Calheiros promete a FHC apuração rápida dos dois casos


AUGUSTO GAZIR
da Sucursal de Brasília

O ministro da Justiça, Renan Calheiros, prometeu ontem ao presidente Fernando Henrique Cardoso agilidade nas investigações do grampo telefônico no BNDES e da suposta conta bancária da cúpula tucana nas Ilhas Cayman. O objetivo é evitar o desgaste político do governo.
A Folha apurou que a avaliação do ministério é que a apuração está começando do zero, já que as investigações comandadas até a semana passada pelo general Alberto Cardoso, ministro-chefe da Casa Militar da Presidência, não apresentaram avanços.
"Vamos dar todo o apoio necessário para que a Polícia Federal aprofunde as investigações e não permita o entendimento de que as vítimas são os suspeitos", afirmou Renan Calheiros.
Ele se reuniu com FHC pela manhã no Palácio do Planalto. O ministro criticou a possibilidade de instalação de CPI no Congresso sobre o episódio, como defendem os partidos de oposição.
"Compete ao governo dar apoio, instrumentos e recursos para que a polícia aprofunde as investigações", completou.
De acordo com Calheiros, a PF recebeu da Casa Militar os bilhetes da tentativa de chantagem, as cópias de papéis sem autenticidade comprovada e as fitas com as conversas grampeadas.
Segundo ele, o problema não é político nem de Estado, e sim policial. "O desfecho de uma CPI é remeter o relatório ao Ministério Público. Para que CPI se o Ministério Público já está investigando?".
O ministro defendeu rapidez no trabalho da PF, desde que não atrapalhe sua eficiência.
"Os inquéritos devem ser concluídos o mais rápido possível. A Polícia Federal tem total liberdade para determinar os prazos. Não sabemos qual dos dois inquéritos (do grampo ou da suposta conta) terminará primeiro", disse.
Ele elogiou para o presidente os agentes da PF responsáveis pelo apuração. "As investigações estão sendo feitas por pessoas sérias e competentes, com a maior independência possível."
"A possibilidade de haver ou não acareações e os demais procedimentos é tema policial e cabe a quem está investigando decidir", afirmou Calheiros.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.