São Paulo, quarta, 18 de novembro de 1998

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QUESTÃO AGRÁRIA
Sem-terra querem liberação
MST ameaça invadir banco na Bahia


e em Belém

A direção do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) na Bahia anunciou ontem que voltará a promover invasões a agências do Banco do Nordeste caso os créditos agrícolas solicitados pelos trabalhadores não sejam liberados nos próximos 15 dias.
Anteontem, cerca de 400 pequenos agricultores liderados pelo MST invadiram a agência do Banco do Nordeste em Vitória da Conquista (505 km de Salvador), das 9h às 18h.
A direção do banco chamou a polícia para evitar tumulto. Segundo líderes do MST, não houve conflito entre os policiais e os trabalhadores.
Os sem-terra de Vitória da Conquista ocuparam a agência para pressionar o banco a acelerar o processo de liberação de R$ 25 milhões em créditos para agricultores em todo o Estado.
Segundo o diretor do MST na região, Eudes Queiroz, as verbas foram aprovadas em setembro pelo Procera (Programa de Apoio à Reforma Agrária).
"Se os recursos não forem liberados nos próximos 15 dias, vamos ocupar várias agências do banco em todo o Estado", disse.
² No Pará
O MLT (Movimento de Luta pela Terra) e MST fecharam um acordo que diminui a tensão entre as duas organizações no Pará.
O desconforto entre as lideranças surgiu depois que o MST invadiu a fazenda Jacaré Grande, em Curionópolis, sul do Pará, no último sábado.
O MLT já reivindicava a área e estava acampado na frente da fazenda, que fica na beira da rodovia PA-275. O MST entrou pelos fundos da propriedade.
Pelo acordo firmado ontem com a intermediação do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) de Marabá, as 150 famílias do MST podem permanecer por mais 15 dias no local.
Nesse espaço de tempo, o Incra se compromete a encontrar outra área para estas famílias.
Ontem, pela manhã, o coordenador do MLT, Francisco Matias Tavares, reuniu as 300 famílias acampadas para explicar o acordo.



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