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ORÇAMENTO
Social e ministérios terão verba; para líderes, decisão favorece votações na convocação extraordinária
Governo libera mais R$ 1 bi para gastos
da Sucursal de Brasília
O presidente Fernando Henrique Cardoso vai liberar na próxima semana mais de R$ 1 bilhão
para gastos previstos no Orçamento deste ano, hoje bloqueados para o cumprimento das metas negociadas com o FMI (Fundo
Monetário Internacional).
Segundo a Folha apurou, o dinheiro será destinado à área social
e ao atendimento de pedidos de
ministérios e projetos propostos
por deputados e senadores.
Líderes governistas consideram
que a liberação vai ajudar na votação de projetos de interesse do
Palácio do Planalto durante a
convocação extraordinária do
Congresso marcada para janeiro.
Arrecadação
O ministro Martus Tavares
(Planejamento) negou que seja
esse o objetivo do uso dos recursos. Segundo o ministério, a liberação só será possível porque a arrecadação federal atingiu R$ 13
bilhões em novembro, acima da
expectativa para o mês.
Entre os ministérios, os mais
beneficiados serão Educação,
Saúde e Previdência Social.
Tavares disse que o decreto liberando novos recursos deverá ser
publicado na próxima semana.
Ele afirmou que o valor ainda não
está definido porque os técnicos
do ministério ainda não tinham
concluído o trabalho de análise
dos pedidos dos diversos ministérios.
Recomposição
A Folha apurou que essa última
liberação do ano ficará próxima
da parcela que foi liberada em novembro, de R$ 1,166 bilhão. Com
mais esses recursos, o governo terá recomposto, ao final de dezembro, quase R$ 3 bilhões do que foi
cortado no começo do ano.
Com isso, os investimentos e
gastos sociais (a parcela do Orçamento sobre a qual o governo tem
controle) deverão ficar em aproximadamente R$ 37,8 bilhões no
ano.
No ano passado, quando a economia brasileira entrou em crise
em razão da moratória da Rússia,
o governo cortou R$ 8,7 bilhões
da proposta original de Orçamento para 1999. Depois, foram feitos
novos cortes de aproximadamente R$ 4 bilhões.
Tavares disse que a nova liberação de recursos não irá prejudicar
o superávit primário (receitas
menos despesas, excluindo gastos
com juros) deste ano, fixado em
R$ 30,185 bilhões para o setor público no acordo com o FMI. Essa
meta é fixada para o resultado
conjunto de União, Estados, municípios e estatais.
Esforço
Tavares disse que o esforço fiscal realizado neste ano foi grande.
Segundo ele, o resultado primário
(que exclui juros) do setor público passou de um déficit de 1,2%
do PIB (Produto Interno Bruto,
que mede a soma das riquezas
produzidas no país) nos 12 meses
encerrados em setembro de 98
para um superávit de 2,9% do PIB
nos 12 meses finalizados em setembro de 99.
Apesar do efetivo progresso no
resultado primário, as contas públicas pioraram neste ano em razão da disparada dos gastos com
juros, puxada pela desvalorização
do real.
O superávit primário permitirá
que R$ 30 bilhões sejam utilizados
para abater juros da dívida pública, que, no entanto, poderão ultrapassar neste ano a casa dos R$
120 bilhões. Com isso, o déficit deve ser superior a R$ 90 bilhões, de
longe o maior da década.
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