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PMDB diz que não será governo
RAYMUNDO COSTA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A cúpula do PMDB delegou ao
presidente da sigla, deputado Michel Temer (SP), a recusa de um
convite do PT para o partido participar do próximo governo, a
menos que receba uma proposta
irrecusável.
Temer também tem autorização da cúpula para dizer que o PT
pode escolher nomes do PMDB
sem o referendo partidário, mas
que isso não significará apoio institucional da legenda.
A cúpula do PMDB está aborrecida com condução da discussão
pelo PT. Apesar de o futuro chefe
da Casa Civil, José Dirceu, dizer
que as negociações se intensificaram, desde sexta os dirigentes não
são procurados por ele.
Dirceu negocia com os governadores eleitos ou reeleitos. Por enquanto, o placar é contra a participação, mas a favor de um acordo
para as eleições das Mesas do
Congresso e de apoio pontual ao
novo governo. Só Roberto Requião (PR) é favorável.
A cúpula do PMDB insiste que
não se trata de blefe, mas, à exceção do ex-ministro Eliseu Padilha
(RS), caciques como Geddel Vieira Lima (BA), líder na Câmara, e o
deputado eleito Moreira Franco
(RJ) eram incapazes de assegurar
ontem que o partido efetivamente
recusará uma boa proposta, se ela
se vier. "Se convidarem [no varejo], paciência. Mas o PMDB não
vai institucionalmente", diz Geddel Vieira.
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