DA REPORTAGEM LOCAL

José Serra (PSDB) é o prefeito mais bem avaliado da capital paulista após um ano de governo desde que o Datafolha começou a pesquisar o desempenho das administrações municipais da cidade, em 1986.
Segundo levantamento realizado pelo instituto nos últimos dias 13 e 14 de dezembro, o tucano é considerado "ótimo" ou "bom" por 41% dos paulistanos, contra 35% que consideram sua gestão "regular" e 23% que a qualificam como "ruim" ou "péssima".
Os pesquisadores ouviram 1.089 moradores da cidade aptos a votar. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
O administrador anterior que mais se aproximou de Serra nos índices de "ótimo" ou "bom" após um ano de mandato foi Marta Suplicy (PT), à frente da prefeitura entre 2001 e 2004, que chegou a 28% do total.
Depois vêm Paulo Maluf (1993-1996), com 25%, Luiza Erundina (1989-1992), com 20%, Jânio Quadros (1986-1988), com 19%, e, por último, Celso Pitta (1997-2000), com apenas 13% de "ótimo" ou "bom" após um ano de mandato.
Além da liderança na aprovação de sua administração, o tucano é o único entre os seis a ter, ao final do mesmo período, uma taxa de "ótimo" e "bom" superior à dos que o consideram "ruim" ou "péssimo".
Os números são animadores para quem pleiteia, embora ainda não admita, ocupar a vaga tucana na disputa contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na corrida presidencial do ano que vem. O problema é que seu adversário dentro do PSDB, o governador Geraldo Alckmin (SP), encontra índices de aprovação no Estado ainda mais expressivos que os de Serra na capital.
O prefeito realiza, de todo modo, uma "virada" na percepção que o eleitorado tem de sua administração. Após três meses à frente de São Paulo, em pesquisa realizada pelo Datafolha no início de abril, Serra tinha então a pior avaliação desde Jânio. Era considerado "ruim" ou "péssimo" por 37% dos entrevistados, e "ótimo" ou "bom" por 20% do total ouvido.
Marta, Erundina, Maluf e Pitta, após o mesmo período, haviam conseguido índices melhores. A avaliação inicial de Jânio (com 36% de ruim ou péssimo) era semelhante à do tucano após três meses -com ele, no entanto, a pesquisa foi feita após 40 dias de gestão.
Os índices de "ótimo" e "bom" do atual prefeito passaram para 30%, após sete meses de gestão, e chegam agora a 41%. A avaliação mais negativa caiu para 23% e aí estacionou. Os que o consideram "regular" passaram de 35% no início para 44% no meio do mandato e voltam agora a 35%.
Para alcançar esses índices na cidade, Serra ganhou apoio entre o mesmo eleitorado que, segundo medição do Datafolha, o catapultou para a dianteira da disputa presidencial ainda no primeiro turno. Eleitores de menor renda e escolaridade que, no caso do país como um todo, deixaram Lula e passaram a apoiar o tucano.
O avaliação do prefeito como "ótimo" ou "bom" ganhou 14 pontos percentuais entre os eleitores que concluíram apenas o ensino fundamental, 12 pontos entre os que chegaram ao ensino médio e oscilou positivamente apenas um ponto entre os que terminaram a universidade. A aprovação também melhora mais entre os que ganham menos -14 pontos no conjunto que ganha até cinco salários mínimos, e seis nos que estão entre cinco e dez mínimos-, cresce outros seis pontos entre os que ganham mais, mas nesse grupo, acima de dez mínimos, também aumenta a má avaliação de Serra -eram 15% os que diziam considerar sua gestão "ruim" ou "péssima" em julho, e agora são 23%.
(RAFAEL CARIELLO)


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