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OUTRO LADO
Suspeitos citados pela CVM negam irregularidades
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL
Todos os citados que foram ouvidos pela CVM negaram irregularidades nas
operações. Suas defesas
constam do relatório produzido pela Comissão. Jorge
Ribeiro dos Santos, da São
Paulo Corretora, disse que
os preços das opções para
compra de dólar fora do valor do mercado são "uma variação considerada dentro
da normalidade".
José Carlos Batista apresentou como álibi um deputado federal que já morreu,
Moisés Lipnik, de quem seria "assessor financeiro". "O
sr. Moisés Lipnik possuía
um programa de computador que calculava todos os
parâmetros das operações
[para escolha dos preços do
dólar]". Apesar de Lipnik
não estar vivo à época de seu
depoimento à CVM, Batista
disse que continuava trabalhando para ele.
Cezar Sassoun, sócio da
Laeta DTVM, declarou que
as operações investigadas tiveram o objetivo de "especular com a queda da moeda
americana". À Folha Sassoun também negou participação em operações fraudulentas no mercado de dólar.
Segundo ele, não houve condenação relativa a esse processo pela CVM (Comissão
de Valores Mobiliários) e
sua defesa será apresentada
em janeiro. Reclamou ainda
do vazamento de informações. "As coisas aparecem
pela metade e isso nos prejudica muito", disse.
Antonio Cláudio Lage Buffara, da Ipanema Corretora,
disse que as decisões sobre
mercado de dólar flexível
"eram tomadas mediante
consenso entre os sócios".
Sobre as opções que comprou estarem fora do preço
do mercado, declarou: "A
variação entre os preços de
exercício e o preço do dólar
"spot" fazia parte do risco que
a Ipanema decidiu assumir".
Francisco Augusto Tertuliano (diretor da Fair Corretora) e Renato Luciano Galli
(operador da Fair) negaram
irregularidades. Tertuliano
disse que "os clientes sabiam
perfeitamente o tipo de operação que realizavam".
A Cruzeiro do Sul Corretora de Mercadorias Ltda. pediu à CVM sua exclusão e a
de seus representantes do
processo, por considerar
que os técnicos não apresentaram prova material de envolvimento da empresa com
o esquema de manipulação
de mercado. A informação é
do presidente do Banco Cruzeiro do Sul, Luiz Felippe Indio da Costa, também responsável pela corretora.
Segundo Indio da Costa, a
Cruzeiro do Sul foi arrolada
por três operações fechadas
a mando de seu cliente
-um banco, que contrata
os serviços desde 1998. "O
banco fechou os negócios
porque estava fazendo hedge [seguro]", afirmou o executivo, referindo-se a operação financeira com objetivo
de proteção contra prejuízos
futuros. O presidente do
Cruzeiro do Sul criticou o argumento da CVM, de que
não era crível o desconhecimento sobre esquema de
perde-e-ganha. "É estapafúrdio. Significa dizer que, só
porque atuamos no mercado, somos obrigados a saber
de tudo o que acontece."
Na Bônus-Banval, o entendimento é que a imprensa é
usada como cortina de fumaça para favorecer interesses de congressistas da CPI
dos Correios. A CVM não
atendeu solicitação de entrevista da Folha.
(FR e JL)
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