|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
STF manda a Câmara cassar infiel pela 2ª vez na semana
Tribunal nega novo recurso e determina que Casa cumpra decisão do TSE de imediato
Alvo de críticas, Chinaglia, presidente da Câmara, promete cumprir a decisão durante reunião da Mesa Diretora marcada para hoje
Alan Marques - 16.dez.08/Folha Imagem
|
|
Walter Brito Neto (PRB), que teve o mandato cassado pelo TSE
FELIPE SELIGMAN
MARIA CLARA CABRAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Pela segunda vez em menos
de dois dias, o STF (Supremo
Tribunal Federal) determinou
que a Câmara cumpra imediatamente a decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que
cassou, em março, o mandato
de Walter Brito Neto (PRB-PB)
por infidelidade partidária.
Anteontem, a 2ª Turma do
Supremo havia julgado o tema
da mesma forma, ao analisar
recurso do próprio deputado,
deixando explícito que não seria necessária a publicação da
decisão para o seu cumprimento. O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), porém, afirmou que esperaria o
julgamento de um outro recurso, protocolado pelo PRB.
O pedido do partido foi negado ontem mesmo pelo STF, que
novamente determinou que a
decisão fosse cumprida de imediato. Ainda assim, Walter Brito não perdeu o mandato.
Chinaglia prometeu cumprir
a decisão em reunião da Mesa
Diretora marcada para hoje de
manhã. O suplente, Major Fábio (DEM), assumirá a vaga.
O petista rebateu as críticas
de que a Câmara demorou para
cumprir determinação do TSE.
Segundo ele, a Casa deve seguir
o mesmo trâmite em outros casos de deputados que poderão
ser julgados por infidelidade
partidária. "Será referendado
esse procedimento, de aguardar o julgamento de todos os
recursos, e o próprio presidente do STF entendeu que isso é o
correto. Com referência à celeridade, o TSE demorou três ou
quatro meses para nos informar da decisão", disse.
Anteontem, a Corte Eleitoral
afirmou que, se a determinação
não fosse cumprida, o caso iria
para o Ministério Público Eleitoral para análise das "sanções
cabíveis" contra Chinaglia.
Mendes disse, ontem, não
acreditar em "resistência" da
Câmara. "Eu acho que há um
certo cuidado, tendo em vista
ser um caso pioneiro. Não vamos superestimar. Não há escaramuça, está tudo andando
dentro da normalidade."
Recursos
Nos recursos, Brito e o PRB
insistiram na inconstitucionalidade da resolução que definiu
os procedimentos para cassar
infiéis, apesar de o STF já a ter
considerado constitucional.
Brito foi efetivado na Câmara
em novembro do ano passado,
na vaga de Ronaldo Cunha Lima. Antes, já havia trocado o
DEM pelo PRB, alegando perseguição política no Estado.
Em março, o TSE decidiu pela cassação. Em outubro, comissão da Câmara aprovou parecer favorável à manutenção
do mandato de Brito até que o
Supremo tratasse do tema.
Anteontem, Brito considerou equivocada e injusta a decisão. "Passei a ter uma convivência insuportável com o meu
partido, não tinha como ficar."
Texto Anterior: Painel Próximo Texto: Frase Índice
|