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Serra apóia proposta que acaba com reeleição
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Um dia após a aprovação da
proposta na CCJ (Comissão de
Constituição e Justiça) da Câmara, o governador José Serra
(PSDB) defendeu ontem o fim
da reeleição e a adoção de mandato de cinco anos no país.
Líder nas pesquisas para a
Presidência, Serra admitiu até
a hipótese de um acordo entre
PSDB e PT. Mas reconheceu
que não há consenso nem no
PSDB, temeroso de que essa seja uma armadilha para a criação
de um terceiro mandato para
Luiz Inácio Lula da Silva.
Entre os serristas, o fim da
reeleição é apontado como um
atrativo para que o governador
de Minas Gerais, Aécio Neves
(PSDB), aceite a vaga de vice na
chapa para a Presidência.
Em conversas, Serra repete
que gostaria de contar com
uma ferramenta que tornasse a
chapa "puro-sangue" vantajosa
para Aécio. Só assim teria o seu
efetivo apoio. Sem reeleição,
Aécio seria o candidato de Serra em 2015. "Sou a favor de acabar com a reeleição. Ter um
mandato de cinco anos. Seria
melhor para o Brasil", disse.
Questionado sobre a possibilidade de um acordo com o PT,
Serra afirmou que "possível é".
Mas ressaltou: "Não sei se vai
acontecer".
Aécio, por sua vez, reiterou
que é favorável ao fim da reeleição, contanto que haja um prazo de carência.
"Sempre defendi o fim da
reeleição. Apresentei um projeto em 1989. Mas, num ambiente tão próximo às eleições, considero impróprio aprovar medidas que interfiram no pleito
seguinte", argumentou o governador mineiro, por intermédio
da assessoria.
Os tucanos estão desconfiados com a insistência de petistas para a construção de um
acordo que dê fim à reeleição.
No PSDB, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso alerta para o risco de a discussão
abrir brecha para o terceiro
mandato de Lula.
Essa é também a tese do ex-presidente do DEM, Jorge Bornhausen. Segundo ele, o PT incluirá, no mínimo, um dispositivo possibilitando a migração
de parlamentares da oposição
para partidos da base.
"Eles só querem uma janela
para prejudicar o DEM e o
PSDB", afirmou.
Daí, a cautela de Serra e Aécio. Petistas têm procurado tucanos para a costura de um
acordo. Mas, consultado, Serra
tem dito que não se mexerá pela proposta. Ele também recomenda que o PSDB não se dedique à articulação.
"Tem muita gente importante do partido que defende o fim
da reeleição. Mas precisamos
conhecer o conjunto de propostas", justificou o presidente
nacional do PSDB, Sérgio
Guerra (PE).
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