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Procurador pede ampliação de pena de Dantas
Condenados, dono do banco Opportunity e dois emissários são acusados de tentar subornar delegado
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
O procurador da República
Rodrigo de Grandis pediu ontem à Justiça Federal de São
Paulo a ampliação das penas
aplicadas ao banqueiro Daniel
Dantas, dono do grupo Opportunity, e a outras duas pessoas
condenadas por tentativa de
corromper um policial federal.
Dantas foi sentenciado, em 2
de dezembro, pelo juiz Fausto
Martin De Sanctis, da 6ª Vara
Criminal Federal, a dez anos de
prisão e a pagar R$ 13,4 milhões
a título de multa e reparação
pela tentativa de subornar um
delegado da Polícia Federal
com US$ 1 milhão para que os
nomes dele e de familiares fossem excluídos do inquérito da
Operação Satiagraha.
Foram condenados ainda os
dois interlocutores de Dantas
na tentativa de suborno, o ex-presidente da Brasil Telecom
Humberto Braz e o empresário
Hugo Chicaroni -eles foram
sentenciados a sete anos de prisão e a pagar, respectivamente,
R$ 2,37 milhões e R$ 886,5 mil.
Na casa de Chicaroni, a PF
apreendeu -quando a operação foi deflagrada, em julho-
R$ 1,18 milhão, que, segundo
ele, era do Opportunity e serviria para pagar o policial. A negociação foi conduzida com autorização judicial.
Rodrigo de Grandis pediu o
aumento das penas pecuniárias
impostas aos três condenados
-em um cálculo que será realizado pelo próprio juiz. O procurador da República defendeu
ainda a ampliação da pena de
prisão de Humberto Braz para,
no mínimo, oito anos. Com isso, a prisão passaria para o regime fechado.
Para De Grandis, a participação de Braz é mais relevante do
que a de Chicaroni. Braz teria
atuado como porta-voz de Dantas. Partiu dele, por exemplo, a
primeira ligação para o delegado apontado como o responsável pela Satiagraha.
Na sentença, o juiz Fausto
De Sanctis permitiu aos réus
recorrerem da decisão em liberdade. As prisões e os pagamentos só acontecerão se a decisão for confirmada em todas
as instâncias judiciais. A conclusão de um processo pode levar até dez anos.
Os advogados dos acusados
recorreram da sentença de De
Sanctis, que consideraram "nula". Eles argumentaram que a
defesa foi cerceada, que as provas são fraudadas e que o juiz
impediu a perícia de documentos fundamentais para demonstrar a improcedência da
acusação.
Ontem, a Polícia Federal
apreendeu documentos e computadores na casa do lobista
Roberto Amaral, que teria ajudado o banco Opportunity a lavar dinheiro no exterior. Em
decorrência da Satiagraha,
Dantas ainda é investigado por
crimes financeiros.
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