São Paulo, quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

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Procurador pede ampliação de pena de Dantas

Condenados, dono do banco Opportunity e dois emissários são acusados de tentar subornar delegado

LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

O procurador da República Rodrigo de Grandis pediu ontem à Justiça Federal de São Paulo a ampliação das penas aplicadas ao banqueiro Daniel Dantas, dono do grupo Opportunity, e a outras duas pessoas condenadas por tentativa de corromper um policial federal.
Dantas foi sentenciado, em 2 de dezembro, pelo juiz Fausto Martin De Sanctis, da 6ª Vara Criminal Federal, a dez anos de prisão e a pagar R$ 13,4 milhões a título de multa e reparação pela tentativa de subornar um delegado da Polícia Federal com US$ 1 milhão para que os nomes dele e de familiares fossem excluídos do inquérito da Operação Satiagraha.
Foram condenados ainda os dois interlocutores de Dantas na tentativa de suborno, o ex-presidente da Brasil Telecom Humberto Braz e o empresário Hugo Chicaroni -eles foram sentenciados a sete anos de prisão e a pagar, respectivamente, R$ 2,37 milhões e R$ 886,5 mil.
Na casa de Chicaroni, a PF apreendeu -quando a operação foi deflagrada, em julho- R$ 1,18 milhão, que, segundo ele, era do Opportunity e serviria para pagar o policial. A negociação foi conduzida com autorização judicial.
Rodrigo de Grandis pediu o aumento das penas pecuniárias impostas aos três condenados -em um cálculo que será realizado pelo próprio juiz. O procurador da República defendeu ainda a ampliação da pena de prisão de Humberto Braz para, no mínimo, oito anos. Com isso, a prisão passaria para o regime fechado.
Para De Grandis, a participação de Braz é mais relevante do que a de Chicaroni. Braz teria atuado como porta-voz de Dantas. Partiu dele, por exemplo, a primeira ligação para o delegado apontado como o responsável pela Satiagraha.
Na sentença, o juiz Fausto De Sanctis permitiu aos réus recorrerem da decisão em liberdade. As prisões e os pagamentos só acontecerão se a decisão for confirmada em todas as instâncias judiciais. A conclusão de um processo pode levar até dez anos.
Os advogados dos acusados recorreram da sentença de De Sanctis, que consideraram "nula". Eles argumentaram que a defesa foi cerceada, que as provas são fraudadas e que o juiz impediu a perícia de documentos fundamentais para demonstrar a improcedência da acusação.
Ontem, a Polícia Federal apreendeu documentos e computadores na casa do lobista Roberto Amaral, que teria ajudado o banco Opportunity a lavar dinheiro no exterior. Em decorrência da Satiagraha, Dantas ainda é investigado por crimes financeiros.


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