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Votação sobre reforma de Judiciário pode sair hoje
DENISE MADUEÑO
da Sucursal de Brasília
O governo cedeu e um acordo
poderá permitir a votação hoje na
Câmara do projeto de reforma do
Judiciário. Os líderes governistas
aceitaram retirar do projeto o dispositivo que permitia que o STF
(Supremo Tribunal Federal) requisitasse processos que estivessem tramitando em instâncias inferiores, a chamada avocatória.
Com esse dispositivo, o governo
poderia acabar com as liminares
concedidas em instâncias inferiores de Justiça em assuntos de seu
interesse, como aconteceu na
época das privatizações.
"Modificamos para tentar construir um acordo e votar a proposta no plenário", afirmou o líder do
governo na Câmara, Arnaldo Madeira (PSDB-SP).
"Valeu a briga da oposição. O
governo cedeu na avocatória",
afirmou o líder do PT na Câmara,
José Genoino (SP).
A súmula vinculante -que
obriga tribunais de instâncias inferiores a seguirem as decisões
dos tribunais superiores- valerá
apenas para as decisões do STF e
constará das disposições permanentes da Constituição.
Ontem, o governo conseguiu
aprovar o projeto que cria a ANA
(Agência Nacional de Águas), retomando as votações na Câmara.
A votação foi simbólica e o projeto será ainda votado pelo Senado.
À noite, os líderes governistas
tentariam aprovar o pedido para
votação em regime de urgência
do projeto da Lei de Responsabilidade Fiscal, que integra a lista de
prioridades do governo neste período de convocação.
Os aliados do presidente vão
montar um esquema para evitar o
que ocorreu nas sessões de sexta-feira passada e de anteontem.
Eles reconheceram que erraram
ao não mobilizar a base de apoio
para as duas sessões. Sem quórum, o governo perdeu o prazo
para votar o projeto da DRU
(Desvinculação de Recursos da
União), substituta do FEF (Fundo
de Estabilização Fiscal), durante a
convocação extraordinária.
"Erramos. Temos de assumir
essa culpa em conjunto", afirmou
o líder do governo no Congresso,
Arthur Virgílio (PSDB-AM). "Poderíamos ter mobilizado a base",
afirmou o líder do PMDB na Câmara, Geddel Vieira Lima (BA).
O líder do PFL na Câmara, Inocêncio Oliveira (PE), afirmou que
vai escalar 15 deputados para permanecer em Brasília às sextas-feiras e segundas-feiras, quando tradicionalmente o quórum é menor. "Cada partido poderá dar
uma quota", disse Inocêncio.
O presidente da Câmara, Michel
Temer (PMDB-SP), estuda a possibilidade de pagar a segunda parcela da ajuda de custo, de R$
8.000, proporcionalmente à presença do parlamentar.
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