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GUERRA FISCAL
Governador quer anular benefícios dados pelo governo baiano a empresas paulistas que compram a matéria-prima no Estado
Covas ataca compra de cobre da Bahia
da Reportagem Local
O governador de São Paulo,
Mário Covas (PSDB), fará uma
nova ofensiva na guerra fiscal travada pelos Estados. Dessa vez, o
alvo será a Bahia.
Covas pretende anular os benefícios dados pelo governo baiano
às indústrias que compram cobre
subsidiado naquele Estado. As indústrias paulistas de fios serão
notificadas até o final do mês.
É a segunda investida do governo de São Paulo na guerra fiscal
desde a publicação do decreto que
cria salvaguardas contra a "concorrência predatória" de outros
Estados, no dia 28 de dezembro.
Além do cobre baiano, o governo paulista combaterá a entrada
no Estado das embalagens de
plástico produzidas com subsídios fiscais no Paraná.
Um terceiro flanco poderá ser
atacado: o das concessionárias da
Ford que importam carros da Argentina passando pela Bahia.
Nesses três casos São Paulo deverá utilizar o mesmo instrumento: o não reconhecimento de créditos fiscais concedidos por outros Estados. Para isso, o governo
paulista vai se embasar na lei federal complementar número 24,
de 1975, que institui o ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).
Pela interpretação da Secretaria
da Fazenda paulista, a lei complementar 24/75 anula os benefícios
que não tenham aprovação unânime do Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária).
No caso do cobre baiano, o governo paulista argumenta que o
decreto 7.699/99 do governo da
Bahia fere a lei do ICMS. Pelo decreto, as empresas que comprarem cobre da Bahia ganham créditos de 80% sobre a alíquota de
12% de ICMS cobrada em transações interestaduais.
Isso, segundo o governo de São
Paulo, seria um benefício na cobrança do ICMS que não foi aprovado pelo Confaz e, portanto, passível de anulação.
Assim, Covas onera o preço final das mercadorias e impede o
que chama de concorrência desleal da Bahia.
Guerra
O secretário da Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico de São Paulo, José Aníbal,
criticou ontem a posição do Palácio do Planalto na guerra fiscal.
"O governo federal deveria atuar
como árbitro e não está atuando",
disse o secretário.
Aníbal também rebateu as críticas de políticos baianos, sobretudo do senador Antonio Carlos
Magalhães (PFL), às medidas tomadas pelo governo paulista.
"Ninguém aguenta mais essa
guerra e o senador fica prorrogando a briga. Essa é a antipolítica
do desenvolvimento. Mas, se eles
querem brigar, vamos brigar",
afirmou Aníbal.
Segundo um alto funcionário
da Secretaria da Fazenda paulista
ouvido pela Folha, uma "indicação precária" das perdas do Estado com a guerra fiscal é a queda
de 43% para 37% da participação
de São Paulo na arrecadação nacional de ICMS entre 1988 e 1994,
equivalente a R$ 3,6 bilhões.
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