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na economia
Brasil tem de crescer para "puxar" bloco
DA REPORTAGEM LOCAL
É difícil mensurar as perdas ou ganhos que as economias dos países-membros do
Mercosul obtiveram com o
processo de integração comercial do bloco. Do ponto
de vista comercial, há certo
consenso de que o acordo
serviu para dinamizar as relações entre os vizinhos. Mas
se o ponto de partida são as
audaciosas metas de convergência e integração iniciais, o
progresso foi tímido.
Mesmo em relação ao comércio o desempenho é regular. O Mercosul teve sua
fase áurea até 1997, quando
exportações e importações
entre os países cresceram e a
participação do bloco no fluxo de comércio mundial chegou a inéditos 4,5%. Mas, entre 1997 e 2002, época agitada para vários países da região, os ganhos evaporaram.
Nesses anos, as exportações do bloco cresceram a taxas muito modestas, em torno de 1,3% ao ano, e as importações caíram cerca de
9,3% ao ano. No final do período, a participação do bloco no comércio global voltou
a 2%, cifra registrada antes
da criação do Mercosul.
A integração física não andou. A convergência econômica, ou seja, adoção de políticas e metas de desempenho
econômico, tampouco. As
crises nos vários países paralisaram as iniciativas.
Em relação ao crescimento econômico, é difícil que a
integração tenha um impacto significativo para o Brasil,
economia muito maior que
as demais do bloco. Por outro
lado, o Mercosul poderia ajudar os vizinhos a crescer, se o
Brasil crescesse, e estimulasse, com suas importações, as
economias vizinhas. Algo
que não ocorreu pelas baixas
taxas de crescimento do país.
O cenário não é hoje tão
ruim. Desde 2003, ajudado
pelo cenário internacional
favorável, o comércio reagiu
nos países do bloco, com as
exportações crescendo a
22% ao ano. As economias
voltaram a crescer, o que, dizem os especialistas que avaliam o desempenho do bloco,
pode facilitar avanços nas
negociações.
(MARCELO BILLI)
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