São Paulo, sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

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na economia

Brasil tem de crescer para "puxar" bloco

DA REPORTAGEM LOCAL

É difícil mensurar as perdas ou ganhos que as economias dos países-membros do Mercosul obtiveram com o processo de integração comercial do bloco. Do ponto de vista comercial, há certo consenso de que o acordo serviu para dinamizar as relações entre os vizinhos. Mas se o ponto de partida são as audaciosas metas de convergência e integração iniciais, o progresso foi tímido.
Mesmo em relação ao comércio o desempenho é regular. O Mercosul teve sua fase áurea até 1997, quando exportações e importações entre os países cresceram e a participação do bloco no fluxo de comércio mundial chegou a inéditos 4,5%. Mas, entre 1997 e 2002, época agitada para vários países da região, os ganhos evaporaram.
Nesses anos, as exportações do bloco cresceram a taxas muito modestas, em torno de 1,3% ao ano, e as importações caíram cerca de 9,3% ao ano. No final do período, a participação do bloco no comércio global voltou a 2%, cifra registrada antes da criação do Mercosul.
A integração física não andou. A convergência econômica, ou seja, adoção de políticas e metas de desempenho econômico, tampouco. As crises nos vários países paralisaram as iniciativas.
Em relação ao crescimento econômico, é difícil que a integração tenha um impacto significativo para o Brasil, economia muito maior que as demais do bloco. Por outro lado, o Mercosul poderia ajudar os vizinhos a crescer, se o Brasil crescesse, e estimulasse, com suas importações, as economias vizinhas. Algo que não ocorreu pelas baixas taxas de crescimento do país.
O cenário não é hoje tão ruim. Desde 2003, ajudado pelo cenário internacional favorável, o comércio reagiu nos países do bloco, com as exportações crescendo a 22% ao ano. As economias voltaram a crescer, o que, dizem os especialistas que avaliam o desempenho do bloco, pode facilitar avanços nas negociações. (MARCELO BILLI)


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