São Paulo, sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

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Brasil acerta com a Venezuela acordo para construir gasoduto

DA SUCURSAL DO RIO
ENVIADA ESPECIAL AO RIO

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva acertou investimentos bilionários com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e reafirmou que não entra em assuntos internos do país.
Em almoço ontem no Copacabana Palace, Lula e Chávez fecharam os projetos de um gasoduto, de duas refinarias, uma em cada país, e acertaram que o Brasil apoiará o desenvolvimento industrial da Venezuela com investimentos, transferência de tecnologia e projetos de cooperação.
Segundo o assessor internacional da Presidência, Marco Aurélio Garcia, Lula disse a Chávez: "Não nos metemos em assuntos internos da Venezuela", em referência ao projeto do venezuelano de se permitir reeleições ilimitadas. Para Garcia, "não se pode impugnar quem se manifeste pelo socialismo do século 21 nem pelo capitalismo do século 19".
Lula e Chávez assinaram um acordo para a construção do primeiro trecho do gasoduto do Sul, megaprojeto de integração energética idealizado pelo venezuelano. Ficou acordado que as estatais Petrobras e PDVSA vão construir um trecho ligando a Venezuela a Recife, com interligações para outras capitais do Nordeste.
O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, disse que até dezembro será elaborado o projeto conceitual. Antes disso, diz, é difícil prever os investimentos: "Nesta fase, o erro é de mais de 100%". Inicialmente, todo o gasoduto do Sul previa mais de US$ 23 bilhões em toda a sua extensão, até a Argentina.
A Petrobras e a PDVSA também firmaram acordos para desenvolver projetos de produção de óleo e gás na Venezuela e de uma refinaria em Pernambuco.
As duas empresas vão desenvolver o megacampo de gás de Mariscal Sucre, cuja metade da produção será destinada a abastecer o gasoduto, que transportará 50 milhões de m3/dia de gás -o gasoduto Bolívia-Brasil carrega 30 milhões.
Para desenvolver o projeto, será criada uma empresa mista, com participação de 60% da PDVSA e 40% da Petrobras.
Ficou acordada ainda a criação de uma companhia mista para a produção de óleo na bacia do Orinoco e de outra destinada ao melhoramento do óleo. Parte do óleo irá abastecer a refinaria em Pernambuco. Segundo Gabrielli, o investimento estimado na refinaria é de US$ 4 bilhões. (PEDRO SOARES E ELIANE CANTANHÊDE)

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