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Brasil acerta com a Venezuela acordo para construir gasoduto
DA SUCURSAL DO RIO
ENVIADA ESPECIAL AO RIO
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva acertou investimentos bilionários com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez,
e reafirmou que não entra em
assuntos internos do país.
Em almoço ontem no Copacabana Palace, Lula e Chávez
fecharam os projetos de um gasoduto, de duas refinarias, uma
em cada país, e acertaram que o
Brasil apoiará o desenvolvimento industrial da Venezuela
com investimentos, transferência de tecnologia e projetos
de cooperação.
Segundo o assessor internacional da Presidência, Marco
Aurélio Garcia, Lula disse a
Chávez: "Não nos metemos em
assuntos internos da Venezuela", em referência ao projeto do
venezuelano de se permitir reeleições ilimitadas. Para Garcia,
"não se pode impugnar quem
se manifeste pelo socialismo do
século 21 nem pelo capitalismo
do século 19".
Lula e Chávez assinaram um
acordo para a construção do
primeiro trecho do gasoduto do
Sul, megaprojeto de integração
energética idealizado pelo venezuelano. Ficou acordado que
as estatais Petrobras e PDVSA
vão construir um trecho ligando a Venezuela a Recife, com
interligações para outras capitais do Nordeste.
O presidente da Petrobras,
José Sérgio Gabrielli, disse que
até dezembro será elaborado o
projeto conceitual. Antes disso,
diz, é difícil prever os investimentos: "Nesta fase, o erro é de
mais de 100%". Inicialmente,
todo o gasoduto do Sul previa
mais de US$ 23 bilhões em toda
a sua extensão, até a Argentina.
A Petrobras e a PDVSA também firmaram acordos para desenvolver projetos de produção
de óleo e gás na Venezuela e de
uma refinaria em Pernambuco.
As duas empresas vão desenvolver o megacampo de gás de
Mariscal Sucre, cuja metade da
produção será destinada a
abastecer o gasoduto, que
transportará 50 milhões de
m3/dia de gás -o gasoduto Bolívia-Brasil carrega 30 milhões.
Para desenvolver o projeto,
será criada uma empresa mista, com participação de 60% da
PDVSA e 40% da Petrobras.
Ficou acordada ainda a criação de uma companhia mista
para a produção de óleo na bacia do Orinoco e de outra destinada ao melhoramento do
óleo. Parte do óleo irá abastecer a refinaria em Pernambuco. Segundo Gabrielli, o investimento estimado na refinaria
é de US$ 4 bilhões.
(PEDRO SOARES E ELIANE CANTANHÊDE)
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