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Aldo e Fruet firmam pacto em busca de 2º turno na Câmara
Acordo é que um não avance no eleitorado do outro; também ficou acertado que um deputado apoiará o outro caso haja segundo turno contra Chinaglia
FERNANDO RODRIGUES
LETÍCIA SANDER
SILVIO NAVARRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os candidatos a presidente
da Câmara Aldo Rebelo (PC do
B-SP) e Gustavo Fruet (PSDB-PR) firmaram ontem pacto de
não-agressão. O tucano esteve
no gabinete do comunista, com
quem acertou que nenhum dos
dois vai avançar no eleitorado
do outro. Também ficou acordado que um apoiará o outro
caso haja segundo turno. A eleição será no dia 1º de fevereiro.
A idéia é que tanto Aldo como
Fruet tentem avançar no campo do principal rival, o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP).
De outra forma, não conseguiriam levar a disputa para o segundo turno. Quatro partidos
são alvos: PMDB, PP, PR (ex-PL e ex-Prona) e PTB.
Segundo Luciano Castro
(RR), líder do PR e um dos comandantes do campo arlindista, a estratégia "não fez nenhuma diferença". "[Fruet] terá de
50 a 60 votos. O Aldo, uns 150.
E o Arlindo continua com seus
270. Ao estimular essa história,
o Aldo ajudou a unir ainda mais
a base em torno do Arlindo e
ainda diminuiu o seu próprio
patrimônio, pois teria até alguns votos do PSDB."
A primeira providência da
campanha de Fruet foi acionar
tucanos ilustres para buscar
votos de Chinaglia. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, por exemplo, ficou encarregado de falar com o deputado
Ricardo Barros (PP-PR), que
está ao lado do PT atualmente.
Barros foi líder de FHC no Congresso e será convidado a colaborar na campanha tucana.
Diante do pacto entre Aldo e
Fruet, políticos do PFL na Câmara reafirmaram ontem o
apoio da legenda a Aldo Rebelo.
A cúpula pefelista trabalhou
para conter os rumores de que
a legenda "racharia" com a entrada de Fruet na disputa. "O
PFL continua com Aldo", disse
o líder da bancada na Câmara,
Rodrigo Maia (RJ). Ontem, ele
se reuniu com o presidente nacional do partido, senador Jorge Bornhausen (SC), que teria
endossado as articulações. Ao
lado do PC do B e do PSB, o PFL
foi uma das primeiras siglas a se
engajar na candidatura de Aldo.
Debate
Os três candidatos à presidência da Câmara se encontraram ontem em evento de posse
de Aroldo Cedraz como ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) e combinaram
participar de debate, na próxima semana, com transmissão
pela TV Câmara. A sugestão foi
feita por Aldo. Ainda não foi
marcada a data do debate.
Enquanto avançavam as articulações nos bastidores, o ministro Tarso Genro (Relações
Institucionais) definiu ontem
como "moeda falsa" o suposto
oferecimento de cargos ou liberação de recursos para emendas parlamentares em troca de
apoio a Chinaglia.
"Dizer que o governo está negociando cargos é jogo de disputa parlamentar. Seria um
perfeito ingênuo quem acreditar que um ministro pode oferecer um ministério ou cargos
(em troca de apoio). Se alguém
oferecer cargos, é desonesto. É
moeda falsa."
Segundo Tarso Genro, Aldo
Rebelo, o PT e o PSB "já sabem
disso". Ao ser indagado se a
candidatura do tucano Gustavo
Fruet causa "instabilidade" para o governo, ele disse que nenhuma das três candidaturas
atuais "geram instabilidade".
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