São Paulo, sábado, 19 de janeiro de 2008

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2007 bate recorde em demissões de servidores da União

Levantamento da CGU mostra que, de 1.622 funcionários afastados desde 2003, 437 foram destituídos no ano passado

Entre os demitidos está o ex-servidor dos Correios Maurício Marinho, flagrado recebendo propina; caso precedeu o do mensalão

LUCAS FERRAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo excluiu de seus quadros, nos últimos cinco anos, 1.622 servidores públicos de carreira ou em cargo comissionado envolvidos em irregularidades, aponta levantamento da CGU (Controladoria-Geral da União) divulgado ontem.
Mais de um quarto das punições ocorreu em 2007, quando foi registrado o maior número de exclusões da administração federal: 437 servidores demitidos, cassados ou destituídos.
O principal motivo das demissões é o uso do cargo para obter vantagens para si ou terceiros, com 34% das ocorrências (779 casos) de 2003 a 2007. Em seguida aparecem os casos de improbidade administrativa (21%), abandono de cargo (11%), recebimento de propina (6%) e lesão ao erário (6%).
Segundo o secretário-executivo do CGU, Luiz Navarro, há maior incidência de casos de corrupção em ministérios ou órgãos com Orçamento volumoso e que realizam muitas compras e licitações: ""Historicamente, a tendência é ocorrer mais desvios nessas situações". Navarro diz que o aumento das punições se deve à criação de uma corregedoria do órgão em cada um dos 37 ministérios.
Em 2006, segundo o balanço da CGU, foram 357 punições. Em 2003, primeiro ano do levantamento, 264 servidores foram excluídos do governo.
"É interessante observar o crescimento do número", diz Cláudio Weber Abramo, diretor-executivo da ONG Transparência Brasil. "Isso mostra o amadurecimento da controladoria, órgão recente e que está se tornando eficiente."
Entre os 1.622 demitidos nos últimos cinco anos está o ex-servidor dos Correios, Maurício Marinho, que ganhou notoriedade por preceder o escândalo do mensalão. Em 2005, ele foi flagrado em um vídeo recebendo R$ 3.000 de propina de um falso empresário.
A CGU foi criada em 2002, no último ano do governo FHC, mas só começou a funcionar efetivamente em 2003, no primeiro ano do governo Lula.


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