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2007 bate recorde em demissões de servidores da União
Levantamento da CGU mostra que, de 1.622 funcionários afastados desde 2003, 437 foram destituídos no ano passado
Entre os demitidos está o
ex-servidor dos Correios Maurício Marinho, flagrado recebendo propina; caso precedeu o do mensalão
LUCAS FERRAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo excluiu de seus
quadros, nos últimos cinco
anos, 1.622 servidores públicos
de carreira ou em cargo comissionado envolvidos em irregularidades, aponta levantamento da CGU (Controladoria-Geral da União) divulgado ontem.
Mais de um quarto das punições ocorreu em 2007, quando
foi registrado o maior número
de exclusões da administração
federal: 437 servidores demitidos, cassados ou destituídos.
O principal motivo das demissões é o uso do cargo para
obter vantagens para si ou terceiros, com 34% das ocorrências (779 casos) de 2003 a 2007.
Em seguida aparecem os casos
de improbidade administrativa
(21%), abandono de cargo
(11%), recebimento de propina
(6%) e lesão ao erário (6%).
Segundo o secretário-executivo do CGU, Luiz Navarro, há
maior incidência de casos de
corrupção em ministérios ou
órgãos com Orçamento volumoso e que realizam muitas
compras e licitações: ""Historicamente, a tendência é ocorrer
mais desvios nessas situações".
Navarro diz que o aumento das
punições se deve à criação de
uma corregedoria do órgão em
cada um dos 37 ministérios.
Em 2006, segundo o balanço
da CGU, foram 357 punições.
Em 2003, primeiro ano do levantamento, 264 servidores foram excluídos do governo.
"É interessante observar o
crescimento do número", diz
Cláudio Weber Abramo, diretor-executivo da ONG Transparência Brasil. "Isso mostra o
amadurecimento da controladoria, órgão recente e que está
se tornando eficiente."
Entre os 1.622 demitidos nos
últimos cinco anos está o ex-servidor dos Correios, Maurício Marinho, que ganhou notoriedade por preceder o escândalo do mensalão. Em 2005, ele
foi flagrado em um vídeo recebendo R$ 3.000 de propina de
um falso empresário.
A CGU foi criada em 2002, no
último ano do governo FHC,
mas só começou a funcionar
efetivamente em 2003, no primeiro ano do governo Lula.
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