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Vereadores de Londrina são denunciados
Promotoria acusa cinco parlamentares da cidade paranaense de formação de quadrilha e concussão
JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA
A Câmara Municipal de Londrina (norte do Paraná) teve
ontem, durante o recesso, sessão extraordinária para discutir a sua crise política. Cinco
dos 18 vereadores da cidade foram denunciados pelo Ministério Público sob suspeita de formação de quadrilha e crime de
concussão (extorsão cometida
por funcionário público). Entre
os denunciados estão três ex-presidentes da Câmara e um
pré-candidato a prefeito.
Na semana passada, o líder
do PMDB, Henrique Barros,
30, foi preso em flagrante sob
acusação de extorquir empresários para facilitar a tramitação de projetos. Com o vereador foram encontrados R$ 9,9
mil que ele teria recebido de
um empresário.
Ao ser preso, Barros disse
que era vítima de uma trama
política para evitar sua candidatura à prefeitura nas eleições
de outubro. Nos quatro dias em
que esteve preso, Barros admitiu, em depoimento ao Ministério Público, fazer parte de um
esquema de cobrança de propinas que teria arrecadado R$ 47
mil desde dezembro.
Ele denunciou outros quatro
vereadores ao Gaeco (Grupo de
Atuação Especial de Repressão
ao Crime Organizado), do Ministério Público do Paraná: os
ex-presidentes da Câmara de
Londrina Renato Araújo (PP),
68, Flávio Vedoato (PSC), 41, e
Orlando Bonilha (PR), 43, e o
vereador Osvaldo Bergamin
(PMDB), 55. Segundo depoimento de Barros ao Gaeco, Bonilha era quem centralizava a
arrecadação das propinas.
O Gaeco e a Promotoria de
Defesa do Patrimônio Público
preparam ação de improbidade
administrativa contra os vereadores. A ação de improbidade
pode levá-los à inelegibilidade.
O vereador Flávio Vedoato,
que está em viagem, faltou ontem à sessão extraordinária, assim como Henrique Barros. Já
Orlando Bonilha, da base de
sustentação do prefeito Nédson Micheleti (PT), disse que
teve seu nome usado "indevidamente por Barros em seus
achaques contra empresários".
Renato Araújo partiu para o
ataque contra "leviandades do
Ministério Público". Segundo
ele, assim que provar sua inocência irá processar aqueles
que o acusaram. Bergamin seguiu na mesma linha e desafiou
"alguém ou o Barros" a provar
seu envolvimento no esquema.
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