São Paulo, sábado, 19 de janeiro de 2008

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Vereadores de Londrina são denunciados

Promotoria acusa cinco parlamentares da cidade paranaense de formação de quadrilha e concussão

JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA

A Câmara Municipal de Londrina (norte do Paraná) teve ontem, durante o recesso, sessão extraordinária para discutir a sua crise política. Cinco dos 18 vereadores da cidade foram denunciados pelo Ministério Público sob suspeita de formação de quadrilha e crime de concussão (extorsão cometida por funcionário público). Entre os denunciados estão três ex-presidentes da Câmara e um pré-candidato a prefeito.
Na semana passada, o líder do PMDB, Henrique Barros, 30, foi preso em flagrante sob acusação de extorquir empresários para facilitar a tramitação de projetos. Com o vereador foram encontrados R$ 9,9 mil que ele teria recebido de um empresário.
Ao ser preso, Barros disse que era vítima de uma trama política para evitar sua candidatura à prefeitura nas eleições de outubro. Nos quatro dias em que esteve preso, Barros admitiu, em depoimento ao Ministério Público, fazer parte de um esquema de cobrança de propinas que teria arrecadado R$ 47 mil desde dezembro.
Ele denunciou outros quatro vereadores ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), do Ministério Público do Paraná: os ex-presidentes da Câmara de Londrina Renato Araújo (PP), 68, Flávio Vedoato (PSC), 41, e Orlando Bonilha (PR), 43, e o vereador Osvaldo Bergamin (PMDB), 55. Segundo depoimento de Barros ao Gaeco, Bonilha era quem centralizava a arrecadação das propinas.
O Gaeco e a Promotoria de Defesa do Patrimônio Público preparam ação de improbidade administrativa contra os vereadores. A ação de improbidade pode levá-los à inelegibilidade.
O vereador Flávio Vedoato, que está em viagem, faltou ontem à sessão extraordinária, assim como Henrique Barros. Já Orlando Bonilha, da base de sustentação do prefeito Nédson Micheleti (PT), disse que teve seu nome usado "indevidamente por Barros em seus achaques contra empresários".
Renato Araújo partiu para o ataque contra "leviandades do Ministério Público". Segundo ele, assim que provar sua inocência irá processar aqueles que o acusaram. Bergamin seguiu na mesma linha e desafiou "alguém ou o Barros" a provar seu envolvimento no esquema.


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