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Juiz de Palmas rebate críticas de Tourinho Neto
DO ENVIADO A PALMAS (TO)
O juiz Alderico Rocha Santos, 36, da Justiça Federal do
Tocantins, anuncia hoje se irá
processar o presidente do Tribunal Regional Federal da 1ª
Região, Fernando Tourinho
Neto, pelas críticas que fez à determinação de prisão preventiva do ex-senador Jader Barbalho (PMDB-PA).
Santos ficou irritado com a
declaração de Tourinho Neto
ao jornal "O Globo" de que ele
teria "decidido para agradar ao
povo". Em nota oficial, redigida na terceira pessoa, Santos
afirmou que "o papel do juiz é
decidir dentro do processo,
não ficar na frente dos holofotes, o que é próprio de jornalista, e não de magistrado".
Tourinho Neto informou ontem à tarde que não comentaria as declarações de Santos.
O juiz do Tocantins disse que
"não aceita qualquer ofensa à
sua honra" e que "exige respeito, da mesma forma que respeita as outras pessoas". Falou de
"detratores da sua honra" e
afirmou que Tourinho Neto
"deve ter hombridade suficiente para assumir a responsabilidade pela sua decisão, em vez
de querer transferi-la ao juiz".
Na liminar que libertou Jader
e os demais acusados de fraudar a Sudam, Tourinho Neto
criticou duramente a decretação da prisão preventiva deles.
Disse que "a interpretação esdrúxula do conceito dado pelo
ilustre juiz [Santos" não encontra amparo no nosso ordenamento jurídico".
O juiz do Tocantins acrescentou que a sua decisão "foi proferida em 40 laudas e devidamente fundamentada, sendo
que [ele" não seria irresponsável para decidir matéria de tamanha relevância, cerceando a
liberdade de pessoas, em uma
ou duas laudas e sem justificativas fática e jurídica".
No início da tarde de ontem,
Santos havia redigido uma nota mais amena, em que apenas
acrescentava informações técnicas ao documento divulgado
no dia anterior. Imediatamente
depois de ler trechos da entrevista de Tourinho Neto, declarou: "Fui atacado. Vou redigir
outra nota".
Faroeste
O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro
Marco Aurélio de Mello, voltou
a criticar ontem a colocação pela Polícia Federal de algemas
em Jader no vôo até Palmas.
"Tive a impressão de que estávamos vivendo a época de verdadeiro faroeste."
Anteontem, Marco Aurélio
disse à Folha que a exposição
da imagem de Jader algemado
havia sido uma "presepada".
Ontem, o ministro também criticou a decretação da prisão
preventiva.
"Se uma pessoa como ele,
que foi governador, ministro
de Estado e presidente do Senado, sofre o que sofreu, o que
nós teremos contra o homem
comum?"
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