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João Paulo cria mais quatro comissões
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente da Câmara, João
Paulo Cunha (PT-SP), anunciou
ontem no plenário da Câmara e
em cadeia de rádio e TV a criação
de quatro comissões especiais para analisar as propostas do governo de reforma previdenciária, tributária, trabalhista e política.
A iniciativa chega cinco dias
após a instalação pelo governo do
Conselho de Desenvolvimento
Econômico e Social, órgão que
tem como finalidade inicial apresentar propostas para as reformas
e que recebeu críticas de congressistas que afirmaram ser esse um
papel exclusivo do Legislativo.
João Paulo fez o anúncio em seu
discurso inicial no plenário da Câmara e o repetiu em pronunciamento de cerca de quatro minutos, à noite, em cadeia nacional.
Na TV, o deputado disse que o
"Brasil tem pressa". "Logo, a Câmara, o Congresso, os políticos e
os partidos têm de dar respostas
rápidas à sociedade. [...] Chega de
esperar, inertes, o surgimento de
soluções mágicas para os graves
problemas nacionais."
Foram feitas críticas aos governos anteriores, que teriam se endividado e deixado a conta para o
atual governo pagar. João Paulo
ainda disse que há no sistema
atual de Previdência "inúmeros
mecanismos de vantagem que beneficiam alguns poucos" e teriam
levado o modelo à "falência".
No discurso feito à tarde na Câmara, João Paulo reafirmou considerar o Congresso o palco ideal
para os debates sobre as reformas.
As comissões especiais foram
originalmente propostas pelo pefelista Inocêncio de Oliveira (PE),
primeiro vice-presidente da Casa.
Pela sua idéia, seriam cinco
-uma para a reforma do sistema
de Segurança Pública, suprimida
da proposta de ontem-, cada
uma com cem deputados.
As comissões anunciadas ontem não terão caráter deliberativo, serão compostas por 31 deputados cada uma, e, para todas, o
presidente ou o relator será do PT.
O pronunciamento de presidentes da Câmara, bem como do
presidente da República e dos
presidentes do Senado e do STF, é
previsto no decreto federal 84181,
de 1979. O ex-presidente da Câmara Aécio Neves (PSDB) foi um
dos que usaram do expediente.
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