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Nordeste exigirá que Lula renegocie dívida
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MACEIÓ
Governadores do Nordeste decidiram ontem, após reunião em
Maceió, reivindicar ao presidente
Luiz Inácio Lula da Silva a renegociação das dívidas com a União.
Na nota "Carta de Maceió", assinada por quatro governadores
(AL, CE, RN e SE) e três vices (BA,
MA e PE), eles pedem a mudança
no cálculo da receita líquida real
de cada Estado, excluindo dela
transferências cujos recursos só
podem ser aplicados em finalidades pré-determinadas.
Com isso, cai a parcela mensal
-13% ou 15% da receita líquida- da dívida dos Estados com a
União. Se a fórmula for alterada,
na Bahia, por exemplo, a parcela
seria reduzida de R$ 464 milhões/mês para R$ 355 milhões.
A reunião serviu para os governadores tomarem uma posição
única sobre as reformas tributária
e previdenciária, a ser levada a Lula em reunião nesta sexta-feira.
Com relação à reforma tributária, os governadores decidiram
apoiar a cobrança do imposto sobre consumo de bens e serviços
(atualmente o ICMS) no destino,
ou seja, onde produtos e serviços
são consumidos. Isso beneficiaria
o Nordeste, região consumidora.
Também foi sugerida a ampliação dos fundos regionais e a inclusão de toda a receita auferida pela
União nos fundos de participação
dos Estados e municípios. Hoje,
eles são formados pelo Imposto
de Renda e pelo IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).
O governador de Alagoas, Ronaldo Lessa (PSB), coordenador
da reunião, disse que as propostas
podem aumentar a pressão sobre
Lula: "Pode, mas não estamos indo com sede ao pote, não estamos
colocando a faca no pescoço do
presidente Lula". "Queremos
mostrar ao país que não somos o
primo pobre, pesado, ocioso que
rouba do país. Pelo contrário, somos credores", disse Lessa.
As idéias para a reforma previdenciária são semelhantes às do
governo. Eles apóiam teto único,
sistema de previdência complementar, contribuição dos inativos
e financiamento para fundos estaduais de previdência. A transição
entre o atual e o futuro sistema
preocupa os administradores.
(FÁBIO GUIBU)
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