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CPI do grampo já tem 81 nomes, diz Jungmann
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O deputado Raul Jungmann,
ex-ministro do governo FHC e
antigo crítico do PT, se uniu a dois
expoentes da ala radical petista, os
deputados Babá (PA) e Lindberg
Farias (RJ), para iniciar a coleta
para a CPI do Grampo, que teve
como primeiro a assinar o líder da
bancada do PT na Câmara, Nelson Pellegrino (BA), uma das vítimas do grampo ilegal.
No início da noite, Jungmann
disse ter 81 assinaturas, entre deputados do PT, PSDB, PPS, PSB e
PMDB. Para fazer o requerimento
de abertura à Mesa, são necessárias 171 assinaturas, um terço da
Câmara. O deputado disse que até
a semana que vem vai conseguir o
número necessário.
"Diziam que eu estava isolado",
comemorava o ex-ministro, referindo-se a notícias sobre o fato de
os líderes do PMDB terem afirmado que a tentativa de abertura de
CPI não era uma ação institucional da legenda, mas sim uma iniciativa pessoal do deputado. Apesar disso, a atitude de Jungmann e
dos radicais do PT, que estão em
atrito com a cúpula da legenda
devido à oposição que fazem à
política econômica do governo,
foi vista por lideranças do governo como mera peça de marketing.
O governo e a liderança do PT
não querem uma CPI no momento -já que poderia tumultuar a
tentativa de aprovação das reformas no Congresso- e apostam
que o senador Antonio Carlos
Magalhães (PFL-BA), apontado
como principal suspeito de estar
por trás dos grampos (ele nega),
pode ser julgado diretamente pela
Comissão de Ética do Senado, que
tem poderes para iniciar o processo de cassação. São dois os argumentos básicos para, segundo
eles, classificar a coleta como factóide: primeiro, uma CPI na Câmara não teria poderes para convocar ACM a depor, por exemplo.
Para isso, seria necessária uma
CPI mista da Câmara e do Senado. O segundo ponto é o fato de
haver uma série de requerimentos
de CPI que estão na frente do possível pedido de Jungmann.
Ontem o procurador da Câmara, Luiz Antonio Fleury (PTB-SP)
apresentou a João Paulo relatório de
sua visita à Bahia para acompanhar as investigações. Fleury afirmou que a Procuradoria da Câmara já tem pronta
modelo de ação cível por danos
morais contra o governo da Bahia
caso os deputados atingidos pelo
grampo queiram a assessoria jurídica da Câmara.
(RANIER BRAGON)
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