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São Paulo, quarta-feira, 19 de fevereiro de 2003

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NO AR

Protestos e pesquisas

NELSON DE SÁ
EDITOR DA ILUSTRADA

A Fox News pode ter escondido os protestos, bem como outros canais, mas George W. Bush e Tony Blair não tinham como escapar. E esboçaram respostas.
Para o presidente americano, na mesma Fox News, ele não pode decidir com base no "tamanho dos protestos". Seria como "decidir política baseado em pesquisas qualitativas".
Pois pesquisa é o problema de Blair. O primeiro-ministro "mergulhou" num levantamento divulgado ontem.
Na BBC, parecia não saber como reagir. Garantiu que "está ouvindo os milhares que protestaram" e que não há uma "corrida para a guerra".
Acuados, levados a se justificar com razões "morais", Blair e Bush não respondem apenas aos manifestantes.
A cobertura da TV de seus próprios países mostrou agressividade e divisão inusitadas nos últimos dias -e questionou muito do que ambos andam fazendo e dizendo.
Na Grã-Bretanha, o Channel 4 expôs Blair ao ridículo quando revelou que um relatório de "inteligência" havia sido plagiado de textos da internet -um dos quais escrito por um estudante universitário.
Nos EUA, a ABC questionou o alerta de terror determinado por Bush e usado pelos histéricos canais de notícias.
Segundo a rede, a informação que levou ao anúncio de um "alto risco" de ataque foi invenção de um informante que, testado depois no detetor de mentiras, acabou reprovado.
Enquanto a CIA e o FBI, segundo a ABC, jogavam a culpa um no outro, ontem a Fox News retirava de sua tela o alerta de alto risco, cor laranja.
 
Coincidência ou não, o governo americano abriu a cobertura das eventuais ações de guerra a dezenas de canais americanos -e do mundo inteiro, um deles o Al Jazeera, canal árabe que era demonizado nos EUA até pouco tempo atrás.
Será supostamente como na Segunda Guerra, sem o controle todo do Afeganistão.
Curiosamente, isso foi anunciado quase ao mesmo tempo em que o governo iraquiano expulsava toda a equipe da Fox News de Bagdá.
 
O PT primeiro se mostrou contra a CPI, depois a favor, depois liberou, ontem contra de novo. E no fundo só quer as reformas. Elas são o que importa, não ACM ou grampos.
Para seguir na blitz da reforma da Previdência, sufocando quem acha ACM prioritário, convocou-se até rede nacional. Ninguém vai acusar José Dirceu de não usar o poder que tem.


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