DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Reino Unido aprovou, esta semana, o nome de José Bustani para ser o embaixador brasileiro no país. Bustani ficou conhecido após ter sido afastado, em abril do ano passado, da direção da Opaq (Organização para a Proibição de Armas Químicas) por pressão dos Estados Unidos, com apoio dos britânicos.
A demissão teria acontecido porque Bustani defendia a ampliação do número de membros da Opaq, para incluir países árabes, como a Líbia e o Iraque. Os EUA eram contra a inclusão.
O pedido do governo brasileiro do "agrément" (documento de um governo estrangeiro aceitando a indicação de um embaixador) de Bustani foi encaminhado no início do mês passado.
O Reino Unido em comparação com outros países é um dos que mais demoram para conceder um "agrément".
Um motivo é que o documento precisa ser aceito também pela rainha, Elizabeth 2ª.
Os embaixadores estrangeiros no Reino Unido fazem parte da corte real inglesa.

Reparação
A indicação de Bustani para o cargo é interpretada como um reparação moral ao embaixador devido ao tratamento que obteve durante a antiga gestão.
Após seu afastamento da Opaq, José Bustani não foi indicado para nenhum posto de relevância e ficou, a maior parte do tempo, sem cargo público.
A demora de mais de um mês para a aprovação do nome de Bustani provocou rumores no Itamaraty de que talvez o Reino Unido não estivesse satisfeito com a indicação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Assessores próximos ao ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmam que os trâmites foram normais.
Segundo os assessores, o agrément do ex-ministro do Desenvolvimento Sergio Amaral, quando designado para ser embaixador em Londres, também demorou mais de um mês para ser concedido pelo Reino Unido.


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