São Paulo, quinta-feira, 19 de fevereiro de 2004

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Substituto interino de Waldomiro Diniz é indicado por Aldo

WILSON SILVEIRA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo anunciou ontem o substituto interino de Waldomiro Diniz na Subsecretaria de Assuntos Parlamentares da Presidência. Será Alon Feuerwerker, assessor e homem de confiança de Aldo Rebelo (Coordenação Política).
O Palácio do Planalto também anunciou, com uma semana de atraso, que deverá instalar hoje ou amanhã uma comissão de sindicância para investigar os atos de Waldomiro no período em que ocupou o cargo -de janeiro de 2003 até o último dia 13.
Alon Feuerwerker, 48, é filiado ao PT desde 94, quando assessorou José Dirceu na campanha para o governo de São Paulo. Alon assessorou Marta Suplicy na Prefeitura de São Paulo e trabalhou na campanha de José Serra, candidato tucano à Presidência.
Entre 86 e 93, Alon trabalhou para a Folha, chegando a exercer o cargo de secretário de Redação. Entre 96 e 2002, ocupou cargos de direção no UOL. Assessora Aldo Rebelo desde o início do governo.
A criação da comissão de sindicância foi anunciada por Aldo Rebelo, a quem Waldomiro passou a ser subordinado após a reforma ministerial. Antes, ele era subordinado a José Dirceu (Casa Civil).
Filmado quando pedia propina e contribuição de campanha a um empresário do bingo em 2002, Waldomiro já estava sendo investigado pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal.
Sobre o governo estar criando a comissão uma semana depois de tomar conhecimento da denúncia, Rebelo afirmou: "Não havia necessidade nem urgência dessa investigação, uma vez que a denúncia se refere a atividades do Waldomiro fora do tempo de serviço prestado à Casa Civil".
"Apesar de não haver denúncia ou indício de irregularidade praticada nesse período, nós estamos investigando por precaução e para assegurar à sociedade que o governo tem interesse em esclarecer qualquer dúvida", acrescentou.
"As duas medidas [a sindicância e a nomeação de Alon] integram a determinação do presidente da República de ver esclarecidas todas as circunstâncias relacionadas às denúncias publicadas pela imprensa e hoje já investigadas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público", disse Rebelo.

Sindicância
A comissão de sindicância será composta de três funcionários efetivos do Poder Executivo, que ainda não foram escolhidos, com prazo de 30 dias. Serão selecionadas pessoas que nunca trabalharam em órgãos nos quais Waldomiro trabalhou -ele era funcionário da Caixa Econômica Federal até o governo Collor (90-92).
Questionado sobre a falta de resultados concretos de comissões de sindicância criadas anteriormente, Rebelo negou que a providência seja insatisfatória. "Além da instalação da comissão de sindicância, o governo determinou a abertura de inquérito policial federal, o que foi feito de pronto. Também orientou o ministro da Justiça a pedir ao Ministério Público que fizesse investigações. Portanto, as medidas têm de ser analisadas em seu conjunto."
Sobre os poderes da comissão de sindicância, supostamente inferiores aos de uma CPI, Rebelo afirmou que eles são estabelecidos pelo artigo 143 da lei 8.112/90. O artigo diz que a autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a promover a sua apuração imediata.


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