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Empresa pressionou para mudar edital
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DO ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA
A empresa de informática
GTech pressionou para que a Caixa Econômica Federal mudasse
trechos de um edital de licitação e
usou nove ações judiciais para obter a renovação do contrato.
Nessa fase das negociações, a
poucos dias do vencimento do
contrato assinado em 2000, diretores da GTech teriam encontrado Waldomiro Diniz (ex-assessor
parlamentar da Casa Civil) em
um hotel de Brasília, segundo o
Ministério Público Federal.
As exigências da GTech constam do processo de contratação
da empresa, do qual cópias foram
entregues, a pedido, ao senador
Demóstenes Torres (PFL-GO).
O banco aceitou, em abril de
2003, renovar o contrato com a
empresa, estimado em R$ 650 milhões, por um prazo de 25 meses.
De acordo com uma exposição
da Vice-Presidência de Logística
da Caixa em reunião com o Conselho Diretor do banco, a GTech
propôs "alteração da licitação para possibilitar a apresentação de
proposta" e "a revisão do modelo
licitacional para adequar a licitação às teses da GTech em juízo".
A multinacional atacava na Justiça um processo licitatório em
forma de abertura de pregões, que
a Caixa iniciou para tentar pôr em
prática o plano de transição do
modelo operado pela GTech para
outro, próprio. O banco se sentia
refém do modelo -a única que o
conhecia era a própria GTech.
No banco, havia muitas dúvidas
sobre o cálculo que a GTech fazia
sobre os custos de suas operações.
Um relatório da reunião do dia 14
de agosto de 2002 apontava: "A
reunião iniciou com uma contextualização efetuada por Barasuol
[Antônio Barasuol, gerente nacional de Loterias], discorrendo sobre como vinha sendo efetuado o
ateste das faturas dos serviços
prestados pela GTech, a anormalidade detectada quanto ao pagamento de transações negadas e a
falta de informações nos sistemas
corporativos Caixa, que pudessem conferir dados utilizados pela
GTech para elaborar a fatura".
A gerência de Loterias da Caixa
informou que os processos abertos pela GTech contra os pregões
continuam e a renovação do contrato ocorreu por falta de opções:
se a relação acabasse, o sistema lotérico seria paralisado.
(AM e RV)
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