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No Rio, Waldomiro é suspeito em apuração sobre tráfico
DA SUCURSAL DO RIO
A investigação do Ministério
Público Federal no Rio sobre o ex-subchefe de Assuntos Parlamentares da Presidência Waldomiro
Diniz apura a suposta ligação dele
com um caso de lavagem de dinheiro do tráfico internacional de
drogas, usando casas de jogos eletrônicos como lavanderia.
As promotoras Andréa Araújo,
Andréa Bayão e Cíntia Melo Damasceno dizem que a base dessa
investigação são os depoimentos
de duas pessoas ouvidas por procuradores da República em Brasília. Por enquanto, não há provas
que confirmem a suspeita de que
Waldomiro participa de um esquema de lavagem de dinheiro.
Waldomiro é apenas um dos
personagens dessa investigação.
O nome dele apareceu porque
uma das pessoas que prestaram
depoimento (cujo nome Araújo
não revelou, mas que é o comerciante Carlos Roberto Martins)
disse que Waldomiro representava no Congresso interesses de
Alejandro Ortiz -dono da Bingomatic. Ortiz, supostamente ligado à máfia espanhola, é citado
em carta rogatória enviada ao
Brasil pelo governo italiano num
caso de tráfico internacional de
drogas. Ele seria, portanto, o elo
entre a investigação sobre lavagem de dinheiro e Waldomiro.
Uma das empresas suspeitas de
atuar na lavagem é o consórcio
Combralog, no Rio, que opera jogos on-line da Loterj, que foi presidida por Waldomiro. Uma das
empresas desse consórcio é a Capital, que tem como sócio Sebastião Ramos Júnior, irmão do empresário do bingo Carlos Augusto
Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Waldomiro aparece numa fita
cobrando propina de Cachoeira e
pedindo dinheiro para as campanhas de Benedita da Silva (PT) e
Rosinha Matheus (PMDB) ao governo do Rio, em 2002.
As promotoras aguardam o material resultante dos mandados de
busca e apreensão no Rio de Janeiro, em São Paulo, Brasília,
Goiânia e Anápolis (GO), nas casas e empresas de Waldomiro e de
outros citados na investigação.
Elas pedirão explicações à PF
para saber por que os mandados,
emitidos no sábado, foram executados no domingo no Rio e em
São Paulo, na segunda em Brasília
e anteontem em Goiás. "As pessoas sabem que estão sendo investigadas. Se houver algum elemento com elas, elas vão querer se
desfazer. A cada dia que elas sabem que a investigação está correndo, e a cada dia que se passou e
não foi cumprido, é óbvio que a
chance [de se desfazerem da prova] é maior", declarou Bayão.
As promotoras disseram que a
fita com a conversa de Waldomiro e Cachoeira não pode ser usada
como prova até que se esclareça
como ela foi gravada e quem a
gravou.
(FERNANDA DA ESCÓSSIA, FABIANA CIMIERI e PEDRO DANTAS)
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