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REFORMA POLÍTICA
Genoino defende aprovação da proposta ainda neste ano
Só financiamento público vai barrar corrupção, diz petista
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente nacional do PT, José Genoino, disse ontem em São
Paulo que o partido irá trabalhar
para que o financiamento público
de campanhas eleitorais, previsto
na reforma política, seja votado
neste ano no Congresso para ser
usado na sucessão de Luiz Inácio
Lula da Silva, em 2006.
Antes de anunciar o apoio do
PT à votação do projeto neste ano,
Genoino, falando a empresários
na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), disse que só o financiamento público
pode evitar casos como o do ex-assessor do ministro José Dirceu
(Casa Civil), Waldomiro Diniz.
"Hoje é o caso Waldomiro, ontem foi o caso Ricardo Sérgio [ex-tesoureiro de campanhas do
PSDB]. É um jogo de vale-tudo
em que qualquer partido está
ameaçado", disse Genoino.
Genoino e os presidentes do
PMDB, deputado federal Michel
Temer (SP), do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), do PPS, deputado federal Roberto Freire
(PE) e o vice-presidente do PSDB,
deputado federal Aloysio Nunes
Ferreira (SP) firmaram um acordo para assinar pedido de urgência para que o projeto de reforma
política comece a ser discutido no
plenário da Câmara em março.
O presidente do PSDB, José Serra, foi convidado para o evento,
mas disse que não poderia comparecer. Segundo Ferreira, ele
embarcaria para o exterior.
Acordo
Os representantes dos cinco
partidos, mais o relator da reforma política, deputado federal Ronaldo Caiado (PFL-GO), debateram o tema na sede da Fiesp. "O
PT vai lutar para aprovar ainda
neste ano a reforma política com
o financiamento público exclusivo de campanha", disse Genoino.
Genoino afirmou que apenas
uma legislação transparente pode
evitar a repetição de episódios como o de Waldomiro Diniz, que
aparece em uma fita de vídeo cobrando propina de um empresário do bingo: "Nenhum partido é
composto só por freiras e padres".
Para Bornhausen e Caiado, o caso Waldomiro fez com que o PT
mudasse sua posição sobre os
prazos da matéria. "Semana passada, o presidente Lula havia jogado a reforma política para 2005,
agora a crise levou a essa decisão
de assinar a urgência, iniciar o debate e permitir a votação", disse o
senador. "Só o financiamento público de campanhas pode evitar o
aparecimento de figuras que estão
se proliferando no Brasil, como os
Waldomiros e PCs [Paulo César
Farias]", completou Caiado.
Bornhausen disse que o apoio
do PT à reforma política não exclui a instalação de uma CPI para
investigar o caso Waldomiro Diniz: "Nós precisamos de uma CPI
para esclarecer o que fez o sr. Waldomiro a mando do governo dentro do Congresso, fazendo cooptação [de parlamentares] por
emendas, por troca de cargos. Isso tem que ficar bem esclarecido",
declarou o senador.
O presidente do PT recuou sobre a proposta de senadores de
seu partido de investigar campanhas passadas: "Nós não estamos
propondo CPI ampla. Nós somos
contra a proposta de CPI do senador Antero de Barros (PSDB-MT). Agora, qualquer CPI sobre
esse ou aquele assunto de dois
ano atrás puxará outros fatos".
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