São Paulo, sábado, 19 de fevereiro de 2005

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Especialistas defendem mudança drástica no PA

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O anúncio de um pacote "anticrise" no Pará para coibir a violência e o desmatamento na região é passo importante, mas que depende de mudança drástica na estrutura federal na região.
Segundo especialistas e ONGs, o governo precisa fazer a ocupação da área, investindo em estrutura e pessoal da Polícia Federal, Ibama e Incra, entre outros.
Para Philip Fearnside, pesquisador do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), o momento é de verificar qual será a prioridade do governo Lula. "A proteção de novas áreas é importante, mas é preciso que haja priorização local para evitar que tais unidades não sejam invadidas."
O biólogo José Maria Cardoso, da ONG Conservação Ambiental, segue a linha de Fearnside. "Em seguidos governos, o que se viu foram ações emergenciais e curtas, o que causou a inevitável perda de apoio da população local".
Sobre a interdição de 8,2 mi de hectares próximos à BR-163, Cardoso diz ser possível a criação de unidades de conservação, se estudos forem feitos com "precisão".
Em nota, o Greenpeace elogiou o pacote do governo, mas disse que é preciso "assegurar os recursos necessários para transformar medidas emergenciais em presença permanente na região".
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, também defendeu ontem o pacote de medidas lançado pelo governo federal para tentar coibir a violência e o desmatamento na Amazônia. Segundo ela, o anúncio seria no próximo dia 21, mas foi antecipado após o assassinato da freira Dorothy Stang, morta há uma semana.
"Todas as medidas estavam em fase de implementação e iam ser lançadas no dia 21 com a presença dos governadores do PA, do AC, do AP e do AM, mas o presidente Lula preferiu antecipá-las." A declaração é reação às críticas feitas ao governo, acusado de agir a reboque dos acontecimentos.
Fazem parte do pacote a criação de reservas ambientais e a instalação de gabinete de crise que concentrará as ações de ministérios no interior do Pará. (EDS E ID)


Colaborou a Reportagem Local


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