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Requisitos são cumpridos, afirma governo
Ministério e Incra dizem que será divulgado em breve balanço preliminar com número de assentados na gestão petista
DA REPORTAGEM LOCAL
O MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário) e o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária)
informaram, em uma nota conjunta, que o governo cumpre os
requisitos do 2º PNRA (Plano
Nacional de Reforma Agrária),
lançado em 2003 pela administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Instados a comentar números e dúvidas específicas levantadas pela Folha, o ministério e
o Incra não se manifestaram
até o fechamento desta edição.
Os titulares dos dois órgãos
também não aceitaram conceder entrevista, pedido feito pela reportagem.
De acordo com a nota, emitida no último dia 8, um "balanço
preliminar" do número de famílias assentadas no primeiro
mandato de Lula deverá ser
"concluído nos próximos dias",
sem informar a data exata.
Os órgãos afirmaram que "o
Incra, conforme anunciado anteriormente, irá divulgar um
balanço detalhado das suas
ações no período de 2003 a
2006. Dados divulgados em janeiro mostram que, nos últimos quatro anos, foram criados 2.343 projetos de assentamento, sendo que, destes, 717
foram criados em 2006".
"Inversão"
Os órgãos defenderam a utilização de reservas extrativistas
e áreas públicas. Afirmaram
que esse uso está previsto no
Plano Nacional, embora tenha
havido uma "inversão" nos números inicialmente previstos.
"O 2º PNRA previa que 71%
da meta de assentar 400 mil famílias viria da utilização de formas onerosas de obtenção de
terras e o restante, 29%, via formas não onerosas", diz o texto.
E segue: "O balanço preliminar do Incra, que deverá ser
concluído nos próximos dias,
revela uma inversão: 40% das
famílias teriam sido assentadas
por meio de obtenção onerosa e
60% via forma não onerosa.
Vale esclarecer que a forma
onerosa envolve desapropriação e compra, via decreto 433, e
a forma não onerosa inclui basicamente a utilização de terras
públicas decorrentes da destinação de terras arrecadadas pelo Incra que estavam ocupadas
ilegalmente e pela destinação
de terras de outros órgãos federais, como o DNOCS, o Ibama
ou ainda de terras públicas estaduais, como é o caso dos assentamentos na região do Pontal do Paranapanema".
Reservas
Segundo a nota conjunta, o
uso das reservas também
acompanha o plano, que teria
previsto "a implementação de
assentamentos adequados aos
biomas de cada região e às suas
possibilidades de desenvolvimento sustentável".
"Nestes quatro anos houve
uma ação integrada do Ministério do Meio Ambiente, do Ministério do Desenvolvimento
Agrário e de outros órgãos federais visando conter o desmatamento da Amazônia e criar
alternativas de desenvolvimento sustentável para a região."
Para tanto, diz a nota, "uma
imensa área da região foi destinada para a criação de unidades
de conservação com diferentes
graus de uso sustentável. A implementação dessa estratégia
demandou o aperfeiçoamento
dos procedimentos do Incra
para a criação e o desenvolvimento dos assentamentos".
"Instrumentos anteriores foram ajustados, sua implementação, ampliada e novos instrumentos foram criados. É neste
contexto que se insere a utilização desses instrumentos para
viabilizar uma reforma agrária
ecológica na região Amazônica", afirmaram o Ministério do
Desenvolvimento Agrário e o
Incra, na nota divulgada em
conjunto.
(RV)
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